quinta-feira, 27 de outubro de 2016

.quando estiver quase esquecendo.



sou de choro fácil. e jamais me esconderia de você por trás das suas cortinas. 
desculpa. é que tenho medo de tudo. sempre tive. 
(de altura, da solidão, do barulho, do cheio, do vazio, da perda, da entrega, dos encontros). 
e de todas as vezes, essa não podia ser diferente?
não, não foi. 

é que eu sofro de distâncias. sempre sofri.
e quando parei nos seus olhos, eu entendi porque alguns abismos são maiores que os outros.
"e aí, vai saltar?"
é que ainda tenho medo de tudo. sempre tive.
(do seu sorriso, do seu abraço, da sua voz, do seu silêncio, do seu passo, desse encontro).
e de todas as ilusões, essa não poderia ser diferente?
talvez, mas não sei.

é que sou de Libra, com Lua em Câncer.
e não sei esquecer. 
e não sei amar de jeito simples. 
e não sei como te dizer "não vá embora".
me ensina um jeito de te fazer ficar?
porque eu tenho medo de tudo. e sempre vou ter.
(das minhas memórias, dos meus destinos, dos meus sonhos, da minha voz, dessas palavras).
e de todos os medos, esse não poderia ser diferente?
sim, mas não foi.

é que eu aprendi a coragem e a conjuguei com a solidão.
assim mesmo: sem eira, sem beira, sem verbo.
por isso eu vou ter sempre medo de tudo. 
(de onda em mar revolto, de voar ao lado da asa, de ir embora e deixar a mobília, de ficar e não ter nunca mais pra onde ir, de te deixar pra trás) 
e de todos os amores supostos, esse não podia ser diferente?
sim. e é... 

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