esqueço os furos nas pontas dos dedos, os agouros dos dias que formam par, as pausas eternas que cabem tão bem nas coisas que nunca foram ditas.
lembro-me vagarosamente daquele verso que diz:
"és uma pequena parte de meu infinito,
por isso preservo-te sem ao menos saber,
que no fundo, tua presença fere tanto ou mais
que toda a ausência que aprendi por escolher".
dentro,
um coração que veleja sendo mar.
as palmas das mãos calejadas de tempo.
os olhos marejados de uma saudade que não aprendeu a cessar (cremos nós, que nunca aprenderá).
o sonho de ser breve.
a sina de ser palavra.
eterno.
o tempo que avoa por nós,
deve ser o mesmo que nos recorta,
embrulha e transforma em brisa quando nos vence o verão...