quarta-feira, 19 de outubro de 2016

.[do livro de cartas] todo início de amor.

Bisa sempre me disse, Salvador, que a gente só ama uma vez. Sempre achei isso muito perigoso... E se o amor passar por nós sem que a gente perceba? Teremos perdido aí a única chance que a gente teve de amar?

Eu gosto de você. Ainda não sei o que isso quer dizer, mas saber que o seu sorriso é o mais bonito desse mundo, me conforta. Chega a me doer o peito essa sua ideia de ir embora outra vez. De pensar nisso, me parece que vou perder o fôlego aos pouquinhos e ficar sem ar até que você volte.

Eu tenho medo que você fique e seja infeliz. Eu tenho medo que você parta e seja tão, mas tão feliz, que nunca mais volte. Eu tenho medo de imaginar que os dias sem você vão ser minha maior dor de cabeça... Mas eu preciso deixar que você vá. Que de todas essas opções, a que eu mais temo é a primeira, somada à ideia de que aqui, você nunca realizaria seus sonhos...

O mundo é grande por demais, Salvador. Mas visto assim, pela lente dos seus olhos, ele fica tão possível, que imagino que se a gente apertar um pouquinho, conseguimos até coloca-lo em uma garrafa.

Se isso é amor? eu não sei. Sei só que meu coração entra num ritmo descontínuo sempre que você diz que vai chegar. E então eu sinto aquelas palpitações leves no estômago e dou sorrisos pequenos, como se eu ainda acreditasse que é possível ser feliz...

Tomara que Bisa esteja errada e a gente tenha mais de uma chance de amor. Desconfio, aqui dentro, que se assim fosse, em todas elas eu amaria você. 

Sempre com sorrisos,

Alice.



Um comentário:

Amanda Tolomelli disse...

Linda linda e linda!!!
Traduz em palavras o que a gente sente tão bem!!!
Ai... meu coração!