quinta-feira, 28 de abril de 2011

Começo...

"A primeira vez que ela viu ele, pensou:
-Nossa como ele é colorido*!
A primeira vez que ele viu ela, pensou:
-Nossa como ela é linda!


*ele tinha/tem desenho no cor-po-to-do
 

De como as coisas andam depois de um certo tempo:
- Ela não é linda, nunca foi. Mas no celular dele, seu nome é Deusa!
- Ele continua com o corpo cada vez mais colorido. E de graça, coloriu a vida dela também"
Vanessa Leonardi
(achei aqui!)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quatro dias que valem a vida toda....

é bem verdade, por mais que ela me doa, que ando perdendo um pouco a habilidade com as palavras. Não sei se é porque tenho tentado exercitar a arte de vivê-las ao invés de apenas escrevê-las ou se perdi o jeito mesmo por talvez uma pequena falta de prática.
Faz bem pouco tempo, uma pessoa me disse que muitas vezes pareço me esconder nas coisas que escrevo. Não sei bem explicar mas é como se escrever fosse mais fácil que viver e nessas condições, acho que minha vida foi se tornando meio contraditória e sem cor...
Chegando onde quero chegar com esse post (não sei se da maneira como ele merece ser), no último fim de semana, aproveitei o feriado para conhecer São José do Jacuri, uma cidadezinha típica de interior, com uma rua principal e outras poucas distribuidas ao longo dela. O frio a noite, o sorriso no rosto das pessoas sempre acompanhado de um bom dia, um boa tarde ou qualquer outro cumprimento, me possibilitaram fazer daquele lugar um pouco meu, já que há tempos, não era tão bem recebida nem tão feliz como fui nesses quatro dias.
Da varanda da casa azul, as montanhas bem na minha frente, um silêncio, o ar puro, um vento leve, eu vi como é fácil viver.
Percebi, e só hoje posso dizer com propriedade, que a minha felicidade é estranha, silenciosa, quieta e quase solitária. Mas existe sempre comigo, manifestando-se apenas quando acha que deve, pra não se criar indefesa, aparecendo um pouco (e principalmente) nas simplicidades raras nos dias de hoje.
E eu podia ficar aqui, dizendo milhares de maravilhas e tentando explicar todas se eu não tivesse compreendido que algumas vezes, a gente não precisa muito mais que sentir a delicadeza presa nos momentos e guardá-los nos arquivos da memória como se fossem nosso maior tesouro! Porque realmente são...
E mesmo que a gente não consiga ser feliz o tempo todo (porque ninguém consegue), é sempre bom saber que se tem um cantinho onde o tempo passa mais devagar, as estrelas ficam quase ao alcance das mãos e a simplicidade existe, com todas as suas suavidades e prazeres. Todo mundo precisa de um refúgio... e nesses quatro últimos dias, eu conheci o meu.
 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Simplicidades...

Anda fazendo um calor danado mas se a gente reparar bem, vai conseguir sentir umas pontinhas de outono, principalmente nas manhãs azulzinhas e no vento fresco de entardecer despencando as folhas secas-amareladas das árvores.
Outono é dessas estações frágeis, que deixam a gente meio lá nem cá, numa sensibilidade só. Meu maior medo é que ele vá embora e eu nem sinta (e isso acontecendo mesmo, acho que medo vai facilmente se transformar em tristeza). Porque assim como tantas coisas na vida, pra mim, outono é dessas que a gente precisa fechar o olho, abrir o coração e sentir, que aí então fica tudo bem, sereno, calmo...
A vida anda uma turbulência só (e pra me tranquilizar, ou não, percebo com o passar dos dias que não só a minha anda assim)... e se pudesse, sei lá se queria que dia tivesse 36 ou até 48 horas. Acho que se já anda dificil viver com destreza essas 24 que nos são dadas com tanto amor, imagina controlar dias mais longos? Acho que eu não conseguiria, já que ultimamente, tenho lutado comigo mesma pra conseguir sorrir um pouco mais e me desprender dessas inseguranças que insistem em me acompanhar vez em quando...
Outro dia (se não foi sábado, foi um domingo desses fresquinhos e silenciosos), me deu uma vontade de sentar na beira da vida e ficar de lá olhando o mundo girar, o tempo passar, as flores crescerem, o sol se pôr e nascer e se pôr e nascer sempre num intervalo delicado de estrelas...
Porque a vida tem suas pequenas sutilezas que só nos alcançam se deixarmos de viver no meio para passar a respirar as levezas nos extremos, nas simplicidades, nos momentos de silêncio e nos instantes em que se descobre a magia de se colecionar sonhos e realizações...


segunda-feira, 11 de abril de 2011

...

"Não é raro, tropeço e caio.
Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho.
Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé”.
. Caio Fernando Abreu in Pequenas Epifanias .

Hoje no fim da tarde

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Um “Desvio” para olhar na Savassi

 
Na tarde de segunda-feira, visitei a exposição “Paisagens” da artista Janaína Mello, que foi aberta ao público no último dia 2 na Desvio, uma galeria de arte que se encontra bem no coração da Savassi.  A exposição reúne telas feitas com fitas de cetim trançadas, formando paisagens abstratas com grandes espaços ilusoriamente vazios.
O mais curioso é que devido ao cetim, as imagens mudam de cor e de aspecto, dependendo da forma como a luz incide sobre a tela. A tonalidade se altera até quando você muda de posição para admirá-la. “Eu cheguei aqui à tarde e estava em uma tonalidade. Agora vai ficando mais tarde e vão aparecendo outras cores”, conta Júlia Mesquita, uma das proprietárias do espaço.
Além das obras em tela – três ao todo – a mostra apresenta também uma instalação exclusiva, chamada de Ciclotrama, que lembra uma árvore, confeccionada apenas com fios, sem nenhuma estrutura sólida. “Ela é uma metáfora das relações sociais, das coisas que vão se encontrando, se entrelaçando e formando novas estruturas”, esclarece Júlia.
Não são apenas as Paisagens, de Janaína Mello, que nos desviam o olhar para searas mais lúdicas, na agitação do dia-a-dia, a própria galeria também nos reserva um certo encanto. Além de funcionar como um bar-café, a Desvio abriga também uma loja com acessórios fofos e delicados, além de bloquinhos para anotações. Júlia Mesquita fala um pouquinho mais sobre o espaço, inaugurado em 2008.



Para quem quiser conhecer as paisagens de Janaína Mello e os mimos da Desvio, o endereço é  Rua Tomé de Souza, 815, 2° andar. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 14h às 20h, e aos sábados, das 10h às 15h. 

(matéria publicada no http://contramao.una.br e escrita por mim!)

"Clare and The Reasons"

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aí...

... aí, (com a cabeça já no travesseiro, os olhos pequenos pois ainda era cedo mas o sono já era grande) ela chorou.
Não que estivesse triste, pelo contrário! Já que tristeza, dessas verdadeiras mesmo, ela não via há tempos, quase um ano, desde que ele chegou.
Mas chorou de calma, de leveza sentida por dentro, de pensamentos bons guardados no peito, de lembranças bonitas gravadas no arquivo da memória, de felicidade e enfim...
E naquele instante, o mundo se quisesse acabar, dessa vez nem poderia ir. Porque ela não queria mais que as coisas tivessem um fim rápido, como por vezes tanto quis.
E por mais que as coisas se fizessem pesadas demais (e que por vezes ela mesma as tornasse assim), dessa vez a vida merecia um retrato desses nunca vistos, mas que lembram a casa branquinha no alto da serra com árvores fazendo sombra e roseiras trazendo flor.
Simplicidade...
Ah Deus!”, ela chama olhando pro céu, no rumo certo da única estrela alcançada nas nuvens nubladas avermelhadas da sua janela pra dizer que as coisas possíveis mais bonitas que a vida podia lhe dar, clareavam em cada gotinha escorrida dos olhos... estava tudo ali: nas escolhas, nas mãos, na saudade, nos sentimentos todos tão fortes e ainda cada vez mais, em cada tarde de outono.
Quis agradecer mais uma vez, mas já dormia antes de tentar.
No entanto, silêncio às vezes diz mais que qualquer palavra. E em seu silêncio, morava a mais doce felicidade...