Sempre vão dar um jeito de partir seu coração, pequenina. Mesmo
que isso fique escondido entre os sorrisos e a felicidade que eles dizem sentir.
Sempre te roubarão um pouco a alma. Mesmo que não percebam o quão mal podem
fazer a alguém que só aprendeu [em silêncio] a pedir perdão [e a perdoar]. Não vão se importar se sempre chove no seu
carnaval [nem perguntar quanto tempo você levou pra chegar até aí, onde está
agora]. Não vão tentar saber sobre quantos leões você mata por dia [nem sobre
quantos ainda permanecem vivos. porque você assim permitiu]. Não te olharão nos
olhos [por falta de tempo]. Não ouvirão sua voz [por excesso de lamentos]. Não saberão
do teu amor [por achar, pelo rumo dos seus passos, que ele não existe mais].
Aí, você vem e me pergunta sobre quanto vale. Sobre o que
importa. Sobre como serão as coisas amanhã, quando o sol nascer e você tiver
pela frente outro dia novinho, ainda que coberto pela poeira adormecida de anteontem.
E eu vou te dizer pra ouvir uma música, comprar uns discos, aquecer esse coração
com um pouco de chá, iluminar e perfumar essa casa, comprar um novo agasalho
porque o inverno prometeu ser mais rigoroso esse ano, alugar uns filmes, ler
outros livros, ter um aquário, rir um pouco [da vida, dos tropeços, do passado,
de você]. Porque eu sei que uma hora ou outra isso passa. Porque eu também não
sei outra forma de preencher vazios...
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