Junho de 1989.
esse é seu último domingo de outono e você [em silêncio] se deparou com todas as expectativas deixadas em repouso no verão. você talvez tenha até se esforçado para que tudo fosse diferente e realmente chegou a acreditar que pudesse ser... mas tá aí. colecionando mágoas. vendo a vida passar pela pequena fresta da janela, entreaberta numa madrugada sem estrelas.
eu sei que a vida nunca foi fácil.
que a solidão te corrói.
que a amargura te guarda.
que a frieza te recompõe.
mas ouve! amanhã já é segunda e o ciclo está pronto para recomeçar, apenas se assim você permitir... e eu queria que você não permitisse. ao menos dessa vez. e que tirasse de lá do fundo do coração, uma força de recomeço. e que fosse feliz. de verdade [cercada pelos clichês do "custe o que custar"].
que saísse mais de casa. que olhasse mais pra vida. que tivesse mais amor [por você dessa vez].
eu volto quando for primavera, Alice.
até lá, aqueça os pés. e congele essas lágrimas, como pequenos torrões de açúcar.
quero você sorrindo da próxima vez...
com esperança,
Salvador.
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