domingo, 11 de novembro de 2018
. ensina-me a chorar .
ando escrevendo poemas curtos, que caberiam bem na palma da tua mão.
digo neles coisas simples e pequeninas,
como a previsão do tempo,
as cores que combinariam com teu par de sapatos novos,
as horas e horas nas estradas de teu destino,
as canções tristes que ouço toda noite antes de adormecer...
sabes como gosto delas,
ainda mais nesses dias de novembro, em que é tão difícil chorar.
por isso mesmo é que invento palavras, ainda que não rime nenhum verso...
pra lhe perguntar, sem sequer uma interrogação:
se faz chuva onde cê tá.
se teu jardim já deu flor nessa primavera.
se esperança tem gosto de orvalho.
se a gente vai encontrar um tanto bom de alegria quando amanhecer.
queria mesmo é que,
dessa nossa lenta vontade de viver,
o tempo todo se transformasse em lágrima.
não fosse triste, nem feliz:
apenas caísse dos olhos em direção do mar,
lavando nosso corpo de toda essa poesia.
infinita...
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