querido Salvador,
ensaiei tantas partidas. mas, de fato, nenhuma delas funcionou. estou sempre a lembrar-me de ti... hoje pela manhã, por exemplo, abri a janela do quarto e lá estava: bonito, de até doer os olhos, um céu tão azul como os de suas primaveras. sorri de recordação e, por alguns segundos, deixei de pensar que por descuido, quase te transformei em mágoa. vê se pode, Salvador: justo ocê, minha pessoa preferida, que eu sempre prometi nunca deixar sair do canto bom do coração!
acontece, querido, que eu às vezes me esqueço... que gostar tem mesmo que ser mais sobre viver do que sobre encontrar razões ou teorias. sou mais poema quando cê regressa. e isso, por si só, já é um agradecimento em viver. não há como mudar as coisas: nem o que se sente, nem o que desacontece. mas aprendi que a gente pode criar um espaço melhor dentro do tempo que se tem. e é isso que tenho feito, desde a sua ligação naquele domingo quieto. ouvir tua voz, Salvador, fez-me lembrar daqueles dias em que te conhecia e que, por manter o coração aberto, eu me reconhecia também. e isso vai me ser sempre tão valioso.
ando com a cabeça um pouco cansada. o corpo às vezes querendo esmorecer... mas contou-me um vento veloz, que veio me encontrar pela tarede, que as coisas vão se transformar outra vez. e, em breve, todos os nós desfeitos, vão de novo ser laço. não sei quanto a ti, querido, mas digo por mim que será uma alegria infinita lhe ver outra vez.
sem ânsia, nem medo ou esperas.
mas sempre com amor,
Alice.
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