domingo, 3 de junho de 2018

. poema antigo .

num poema antigo, vi teu nome bordado com lantejoulas e cetim, colorindo de carnaval uns versinhos meio bobos, escritos no último verão. diziam que, entre tantos sonhos e laços, tivera tempo de escolher em mim, o teu melhor amor. e que o resto, pequenino que nem jasmim, se esvaiu entre os dedos, como naquelas canções que dançamos antes do amanhecer.

diziam, também, que o amor pode dar certo. que era só tomar um pouco mais de sol, recolher um pouco mais de viço, travar um ponto firme entre o tempo e as vontades da razão, encontrar a linha tênue entre os fins e os (re) começos. caí na encruzilhada de acreditar nesses dizeres tão mal acabados, contrariando as cartas, o tarô e meu próprio coração. 

"poeta não foi feito para o amor!", gritou Sr. João, lá da venda na esquina, pra me lembrar que, embora eu não soubesse ainda fazer rima, deveras deveria ter já aprendido a guardar-me em meu lugar. coisa de quem encontra refúgio nas palavras, mas não aprendeu ainda a usá-las para não ferir o próprio peito e nem a sair de cabeça erguida, do fim de qualquer quase amor...




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