e se te escrevo assim, enquanto ainda é verão, é porque alimentar esse abismo que a gente mesmo criou, é o jeito que encontrei de me manter ligada a você. não se assuste, querido. enquanto o tempo passa, continuo ouvindo minhas músicas, escrevendo minhas cartas, conhecendo outros lugares, fazendo novos planos, encontrando pessoas diferentes, vivendo outras histórias, nesse quase gerúndio que tanto te assusta.
Bisa me disse semana passada, que a gente só resiste a toda essa distância porque ela é nosso escudo, nossa fuga, nossa razão de continuar quando tudo é caos. por isso gostamos tanto dela: ela protege nosso coração da dor.
acho que compreendi.
e sei também que enquanto continuar sonhando, meu amor vai ter sempre o peito seu pra se recostar. e é por isso que, dessa vez, não prometerei lhe visitar no outono.
espero que compreenda também...
"Me escreve antes que eu me vá.
Nem que seja um bilhetinho.
Gostaria muitíssimo de levar
a tua bênção, ou uma força qualquer
- boas vibrações."
Caio F. Abreu
Sempre com amor,
Alice.
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