sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

. pela volta .

de onde eu vim não existe pressa.
todo esse passo apertado e meio cego foi tomando forma com o tempo. assim como a vontade do silêncio e o amadurecimento da solidão... 
lá, de onde vim, também não existe vazio. 
porque tem sempre alguém na rua. tem sempre alguém em casa. o telefone nunca deixa de tocar com boas notícias. Roberto (o Carlos) acorda os domingos. os pés de fruta no quintal estão sempre cheios. tem sempre espaço pra jogar conversa fora. tem sempre café quente no fogão.
de lá, eu trago os abraços mais apertados. os sorrisos maiores. a esperança mais forte. os sonhos mais concretos. a única certeza de amor.

às vezes eu paro e fico me perguntando por que vim. 
- talvez porque fosse mais difícil ter ficado. 
- talvez porque era necessário.
- talvez... eu nunca vá descobrir pra poder explicar.
só sei que, embora tristes, chegadas e partidas me devolvem sempre uma espécie de paz.
é como se eu pudesse recomeçar sempre, mesmo que não seja janeiro.

... antes eu tinha medo. hoje, eu me reservo silêncios...


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