sábado, 6 de abril de 2013

. entre um silêncio e outro .


Achava que isso de amor era coisa séria demais pra lhe tocar. Entrou no trem em direção contrária. Foi para o sul viver. Cabia no peito, vez enquando, uma saudade fininha do leite quente com chocolate e do chá que ela costumava beber rigorosamente às quartas e quintas. Aí, quando era assim, pegava um álbum de fotografias que ela dividira em estações pra ser mais fácil lembrar. Ficava ali, olhando. E vez ou outra até sorria, um pouco que de satisfação, outro pouco de tristeza. E então ia ler um livro, separava um disco ou colocava o casaco e ia pra rua caminhar um pouco. Ver gente. Sentir o vento fresco das tardes de outono. Esquecer. Viver. 

Nenhum dos dois sabia que amor, desses construídos de verdade, acontece só uma vez, normalmente enquanto nossos olhos piscam... quase nunca pra ficar. Porém, infinito.



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