não mudou muita coisa, acredite. E há 13 anos, todo janeiro é assim...
no entanto, agora atravesso a rua sozinha e lembro o passado com mais ternura e menos dor. Assisto pouca novela e leio mais (vó até disse da última vez que devia ter alguma coisa errada pra alguém ler tanto). Não acredito mais em qualquer pessoa e é preciso muito pra me desestabilizar, mas bem pouco pra me fazer chorar. Escrevi um livro que ainda não publiquei, deixei sem querer que me cortassem feio por dentro, mas com o tempo me reconstituí mais forte, como me ensinou antes de partir. Tenho sonhos (uma porção deles), uma profissão e uma distância que me faz ver mãe de 15 em 15 dias. Mas tô feliz. Tô forte. Tô numa paz branquinha, cheia de uma saudade que não tem cor.
sabe pai. Tem dias que eu choro em silêncio e acho que o caminho não vai vingar. Comprei um girassol que acabei não levando pra enfeitar teu jardim. Me perdoa pai. Eu posso até saber falar muito bem sobre morte e a saudade dolorida que eu sinto, cutucando feio o peito. Mas acontece que ainda não aprendi a lidar com essa ausência. Confesso, pai, que às vezes até ouço um assovio semelhante ao seu. E por alguns segundos, ainda te espero entrar pelo portão.
4 comentários:
Lindo demais!!! A saudade é assim uma coisa que as palavras não conseguem explicar! TE AMOO inha escritora favorita Andressa
Muito bonito texto.
Usando as palavras certas... :)
Me vi em cada linha e senti cada pedacinho desta saudade que, às vezes, finge que vai embora. Só pra voltar depois, mais forte, mais triste e cada vez mais distante...
Amei!!!!
Me vi em cada linha e senti cada pedacinho desta saudade que, às vezes, finge que vai embora. Só pra voltar depois, mais forte, mais triste e cada vez mais distante...
Amei!!!!
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