Uma hora ou outra, a gente aprende que algumas coisas – uma porção
delas – foram feitas para não vingar. E, depois de se fechar em uma bolha fria e
desconfortável por semanas, e de chorar por noites seguidas e intermináveis,
descobre-se que o amanhã existe. E que é bonito. E que é nele que moram as
esperanças de se construir um caminho mais leve que o de ontem e de usar
palavras mais doces, como as da infância.
Chega uma hora que a gente tem que se devolver pra gente,
antes de voltar a pertencer ao mundo. Parar de ver a vida passando desonestamente
pela fresta da janela e fazer alguma coisa “pelo amor de Deus!” pra ser feliz
outra vez. Deixar a felicidade entrar como ela quer e que fique o tempo que for
preciso, para logo se iniciar outro ciclo. Parar de estender as duas mãos pro outro
e cuidar um pouco do nosso coração com delicadeza. Porque o que a gente precisa
mesmo é de tempo na vida pra entender os desenganos e perceber que eles eram o
jeito certo da gente acontecer. E ter motivos pra ficar. E querer ficar... Ou
ter forças e coragem pra ir. E desejar ir. Deixar-se ir...
A vida é feita desses pequenos instantes de coragem. Feita de
noites que adormecem tristes e de tardes que se põem num pequeno sorriso de “agora
sim tudo está em seu lugar”. E sentir como se estivesse soprado um vento fresco depois
da avalanche, do furacão e da tempestade que viraram o mundo de cabeça pra
baixo.
É tempo de sorrir. Abrir os olhos e perceber que é tempo de
recomeço...
2 comentários:
Dé, nem sei se vc lembra de mim rs e Dani da sala da Riri! Adoro ler suas postagens, sempre me encontro nelas! Tô me tintindo tão só... acho q nunca tive aquela pessoa q eu pudesse dizer amigo de verdade...pessoas ao nosso redor sempre tem, mas não e a mesma coisa... Acho q nunca tive um/uma amigo/amiga tão por perto, em q eu pudesse pedir carinho em todas as horas,q eu pudesse abraçar. Abraço e tão bom!!!! Bjao Dé! Saudades!!!
"Chega uma hora que a gente tem que se devolver pra gente, antes de voltar a pertencer ao mundo".
É o que chamam de ciclos. Eu chamaria de autoconhecimento.
Parabéns pelos escritos!
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