domingo, 9 de setembro de 2012

. segundo dia .

que quando eu vi você, sentada na escada abraçada aos joelhos, eu tive certeza de que não passaria sozinho mais nenhum pôr do sol. eu quis sentar um pouco, contar que já era quase noite lá fora, dizer que estava ali porque te vigiei o dia todo e que descobri há duas semanas que seu sorriso é o mais bonito que já vi. quis te contar que naquela quinta-feira no bar da esquina eu voltei correndo no seu ponto de ônibus porque não devia ter te deixado ir embora sozinha, mas você não estava mais lá. quis dizer que ninguém mais dorme de janelas abertas hoje em dia; que ninguém mais lê Caio F. Abreu com tanto amor; que não foi em vão nenhuma ligação às 2 da manhã; que ninguém mais tem olhos tão doces e por isso tive certeza de que era você.
 
mas aí choveu. a gente não dançou a última música e você se foi sem se despedir. óbvio que a gente entendeu. que lá do último andar, a vida é mais bonita que daqui debaixo. não adianta ter bons sentimentos quando se tem também um coração dolorido e embaçado...
 
que quando eu vi você eu entendi... que quando estendessemos a mão já seria verão. e que você não me esperaria. nem me veria outra vez com os mesmos olhos nem o mesmo coração...

Um comentário:

Maria disse...

acredito muito nos nossos olhos. se o tempo muda, o lugar, a oportunidade, nosso olhar muda, então tudo será diferente...

mas enfim, pode ser um diferente melhor, não?

Aguardo as cenas do próximo capítulo. =)

um beijo