domingo, 17 de junho de 2012

Eu não sei dançar

Você tinha nas mãos, todas as maneiras para mudar meu caminho inteiro. Mas do contrário, você preferiu dançar. E eu, que não sabia um passo sequer do teu compasso, amanheci outono, enquanto pra você ainda era carnaval. “Acorda menina. A solidão só é bonita acompanhada de chá preto, paredes amarelas e canções antigas do Chico ou Elis”. Mas você não gostava de chá nem de Elis nem de MPB e o semblante da depressão sempre lhe caiu muito bem. Por isso eu desisti, ou ao menos deveria. Pegar o que ainda restava da minha alegria e preparar nossa despedida com direito a cartas rasgadas e recados grosseiros de “até nunca mais”. Mas minha maior fraqueza é o teu sorriso, esse seu jeito de não saber sambar e de escrever a vida como se ela realmente tivesse tradução. E se eu levasse jeito, até te transformaria em canção, que é pra você não sumir de mim nunca mais. E se adiantasse, te daria pincel e aquarela, só pro teu dia não amanhecer mais cinza. E se... se você tivesse atendido o telefone na semana passada, talvez hoje seria tudo diferente...

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