segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

. [do livro de cartas] todo começo de adeus .

minha querida,
não se desespere!

há tempo pra tudo: pras folhas secas, pros sonhos maduros, pras amoras ficarem doces, pro teu amor acontecer. não espere que as coisas desapareçam, pra só então começar a viver. toma em tuas mãos todos os presentes do tempo. respira o vento que sopra lentamente no teu rosto e segue o teu coração, esse aliado bobo que é morada pra tanto sentimento bom.

recolhe esse pranto que você insiste em viver, minha Alice. e põe no lugar toda essa força que tua voz esconde, sempre que vai se achegando o verão. teu sonho é guia de bom caminho, teu lar é música de bem viver. enquanto teus olhos tocarem o céu todas as manhãs, vai ter fruta no quintal, chuva boa no fim da tarde, flor nascendo em contra tempo, caminho se abrindo na vontade do teu bem-querer.

por isso, se tiver que chorar, chore. mas que seja depressa. guarda que não vieste morar nesse tempo pra ser porta voz de qualquer sofrer. colore teus versos com anil e nunca, nunca mais permita que o que vem de fora, seja maior que o teu sentir.

eu estarei sempre por perto, com morangos frescos e chá de maçã e canela. 
pra que você jamais se esqueça do que é essencial.

é sempre com amor,
Bisa.



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