terça-feira, 13 de dezembro de 2016

.c'est fini [ou o tempo certo das coisas].

se fizeres teu caminho inverso, qualquer hora dessas a gente se esbarra.
e, com sorte, reescreve todo o passo que desviou.
mas por agora, deixa! que eu não sei inventar um jeito de não partir e tenho chão demais pra riscar com carvão e giz. 

.do outro lado.
dentro.

que, embora a gente ainda prefira acreditar que amor da vida não existe, eu quero construir morada num coração aberto, que tire meu silêncio pra dançar sempre que os dias pensarem em se resumir em solidão.
não pense que não me dói qualquer partida.
mas é que fiz desse sorriso meu escudo. 
e aprendi desde menina que o mundo é grande demais pra gente fincar estaca em qualquer chão.

por isso falo baixo.
ouço mais do que digo.
pareço às vezes não me importar.
desconfio da esmola.
desconfio do santo.
tenho medo do mar.

há de chegar o dia em que nosso silêncio vai dizer tanto! 
e a gente não vai mais precisar partir.
ou insistir.
até lá, tem café fresco e forte no bule na cozinha,
pra que seu dia passe e você sequer sinta que faltou alguma coisa.
porque vai ver, nunca faltou nada.
vai ver, o vazio sempre veio do meu peito.
e das minhas vontades de voar...





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