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aprendi com o passar do tempo que chá cura tudo: gripe, dor de garganta, friagem, voz rouca, invernos rigorosos, pedras nos rins.
deixei que o cheiro de limão tomasse conta do quarto e se espalhasse aos poucos pela sala. com cuidado, cada gole quente e amargo pedia que eu deixasse ao tempo tudo que as mãos não saberiam tocar mais sem doçura ou delicadeza.
não é culpa, nem desculpa, chorar um pouco quando se olha nos olhos do amor. e não se deve esquecer: o cheiro, o gosto, o som, o toque, a alegria, a vida presa em cada instante que, por pouco, não se transformou em pó.
é que amor machuca, eu sei. mas me ensinaram que não se deve ter tanto medo assim quando há certeza no coração.
por isso, organizo cada lembrança em seu lugar devido.
e espero...
porque, "quem dera se a gente pudesse viver esquecendo que existe tempo"...
que se assim fosse, seria em sua mão que a minha seguraria pra atravessar esse mundo que pede tanto que a gente tenha coragem.
e sigo...
porque prometi...
e porque aprendi, também, que é chegada a hora de tudo: dos encontros, das despedidas, dos reencontros, dos caminhos.
que enquanto isso, tem um vento bom lá fora que anuncia que, enfim, esse verão vai nos deixar viver toda a calmaria dos outonos que perdemos só porque era cedo demais pra ficar...
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