domingo, 10 de abril de 2016

.amor em pedaços.

você se lembra, minha pequena, dos risos divertidos que davas toda vez que tinha 'amor em pedaços' nos potes de doce na geladeira? era tua sobremesa preferida quando criança. acho que um pouco pela acidez do abacaxi, que eu tirava com aquela calda doce, e outro pouco pelo açúcar refinado, cobrindo cada pedacinho. 
lembro como se ainda fosse hoje: achavas engraçada essa ideia de comer o amor. 
ah, amor! esse sentimento que era tão inalcançável, mas que você aprendeu, aos trancos e barrancos, que é preciso ter muita garra (e doçura) para não deixá-lo fugir por entre os dedos.
não me venha com essa tristeza nos olhos, querida. lembre desse amor que despedaçou, com aquele mesmo sorriso que me davas ao comer o primeiro doce.
o que não tem remédio, remediado está. e isso não fui eu quem inventou: foi o tempo.
apruma esse peito! lembre que é outono, e não se deve ter melancolia em nossa estação do ano preferida.

com amor (inteiro),
Bisa.

ps.: compre um abacaxi grande. reserve quatro xícaras de açúcar e duas gemas para o creme.
separe mais dois copos de leite, três ovos, duas colheres de manteiga, dois copos de açúcar, quatro copos de farinha de trigo, duas colheres de fermento em pó e o nosso principal segredo: amor, esse incondicional que tens nos olhos, no peito e nas mãos. traz isso tudo aqui pra casa na sua próxima folga. 
e vou lhe ensinar a não ter mais medo dos sabores do passado;

ps2.: talvez seja apenas impressão. e o amor esteja inteiro, ainda, onde sempre esteve. e sua miopia não te deixou ver... 

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