sexta-feira, 24 de julho de 2015

.para enfrentar agosto. e atravessar a vida.

já faz um tempo que queria lhe escrever. mas não sabia como começar a lhe dizer qualquer coisa. também, você não me dá tempo... engole minhas palavras com sua ausência e me tem muda, silenciosa, quieta. o horóscopo disse que tenho até amanhã, 25, pra resolver as coisas importantes da vida, porque Vênus, meu planeta regente, vai dar uma volta sozinho, deixando as coisas suspensas e imóveis até setembro. sei que você não acredita em nada disso. mas prevejo um agosto difícil, me atendo às previsões de Caio (Fernando Abreu), em suas sugestões de como atravessá-lo. 


"É preciso, quem sabe, ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente 'ah!', escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante:ir, sobretudo, em frente."


tenho ido. saio de casa para sentir o fim do inverno, vou ao teatro, visito exposições, bebo vinho, vejo alguns amigos, faço planos pra atingir um sonho, e os ipês rosa/roxo/lilás teimam em enfeitar os dias e o meu sorriso. não há você em nada, além do pensamento e de algumas esquinas. me perdoe. é que ainda não aprendi a ler seu coração, nem suas entrelinhas, nem suas mágoas. justo eu, que tenho percebido tudo com a sensibilidade que os últimos dias me devolveram na alma, me pego confusa, sem sequer acertar uma previsão em que meu sentimento te encontra. vai ver, sua não crença me bloqueia. vai ver, meu quase amor por você faz com que minha alma crie o que não existe... 

(no fim da tarde, a 31a Bienal de São Paulo me perguntou "como sentir coisas que não existem". eu não soube responder, mas entendi. agosto vai ser um mês difícil. e eu não poderei mais me agarrar a você para continuar sorrindo...)

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 ♫ The Paper Kites "Tenembaum"

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