sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

.voltando.

o amor chegou dobrando a esquina, em silêncio, quando percebeu que não precisava de mais que um sonho, dois empurrões e um espaço de tempo entre a solidão e a companhia. chegou quando, desacreditado, Antônio fechou os olhos e deixou a vida correr; chegou quando Maria correu para o hospital para ver a avó pela penúltima vez; chegou quando Joana saiu de casa para morar no conjugado-quarto-sala-cozinha, com as paredes brancas e uma flor na janela, que comprou a prestações; chegou quando João presenteou Francisca com girassóis; chegou quando Francisco entrou pela porta da frente e, pela quinta vez consecutiva, sorriu para Andreia; chegou quando André ganhou seu primeiro violoncelo e tocou Bach como se a música também fosse sua; chegou sem alarde para Paulo; gritou pelos quatro cantos da casa de Pedro; jogou um balde de água fria na cara de Marina; aqueceu os pés de Alice; soou como uma sinfonia para Isabel. chegou dizendo pra tia, pra mãe, pro irmão, pro avô... que nunca tinha ido embora. só estivera um pouco ausente do coração dela, para que não houvesse engano quando tivesse de ser presente de uma vez...