terça-feira, 28 de janeiro de 2014

. de ontem, vinte e cinco .

guarde bem essas palavras, minha querida: você também vai envelhecer. suas pernas também deixarão de suportar o peso do mundo. seus ouvidos se contentarão ainda mais com o silêncio. e teus olhos terão muito cansaço para suportar seu corpo de pé.
portanto, cuida hoje do teu coração, dos teus passos, da tua solidão.
porque no fim,tudo que lhe sobrará serão as lembranças.



terça-feira, 7 de janeiro de 2014

. entre .


Quando estiveres triste, minha pequena, lembre-se daquela canção de verão. Ela vai confortar sua alma e, algumas vezes, vai também te fazer chorar um pouco. Mas não pense que é por mal. Nunca é. A gente ainda não aprendeu a medir os próprios sentimentos. E eu ainda não consegui descobrir em qual altura da vida eu deixei o amor. Já parei sim pra pensar que talvez ele nunca tenha aparecido. Por isso andamos tão ausentes [um do outro] ultimamente.


Gal vai cantar a noite inteira e não vai te deixar dormir, eu sei. A mesma canção. Repetidas vezes. Enquanto você pensa. E escuta. Atenta. Você não pode ver o Rio de Janeiro como diz a letra, é verdade. Mas nem por isso ela vai deixar de ser a sua canção.


É por pouco tempo. Eu garanto. Logo essa melancolia vai passar. E você volta a sorrir suas alegrias tristes. Daqui a pouco é carnaval...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

. pela volta .

de onde eu vim não existe pressa.
todo esse passo apertado e meio cego foi tomando forma com o tempo. assim como a vontade do silêncio e o amadurecimento da solidão... 
lá, de onde vim, também não existe vazio. 
porque tem sempre alguém na rua. tem sempre alguém em casa. o telefone nunca deixa de tocar com boas notícias. Roberto (o Carlos) acorda os domingos. os pés de fruta no quintal estão sempre cheios. tem sempre espaço pra jogar conversa fora. tem sempre café quente no fogão.
de lá, eu trago os abraços mais apertados. os sorrisos maiores. a esperança mais forte. os sonhos mais concretos. a única certeza de amor.

às vezes eu paro e fico me perguntando por que vim. 
- talvez porque fosse mais difícil ter ficado. 
- talvez porque era necessário.
- talvez... eu nunca vá descobrir pra poder explicar.
só sei que, embora tristes, chegadas e partidas me devolvem sempre uma espécie de paz.
é como se eu pudesse recomeçar sempre, mesmo que não seja janeiro.

... antes eu tinha medo. hoje, eu me reservo silêncios...