terça-feira, 24 de setembro de 2013

. nota nº 2 .

[do livro de cartas]

. acontece, às vezes, de a gente não ter pra onde ir.
você sabe: gente demais, rostos iguais e ninguém semelhante à sua solidão. é nessas horas que a gente se recolhe ao silêncio. coloca uma música bem leve. e vai pintar. ou escrever. ou ler um livro parado há dias na escrivaninha, junto a tantos outros ainda não lidos. 
não sei se é coisa da idade [como dizem por aí que pode ser] ou se é nosso jeito de preferir a melancolia até quando a primavera recomeça a florir. 
vai ver, não criar expectativas demais seja um jeito de sair daqui. 
como surpresa, sabe? você pisca os olhos e pronto: já está fora, em outro lugar que, ao menos inicialmente, pareça te pertencer. e vai acontecendo assim, como mágica. 
cada fase, um lugar. cada astral, uma estação. cada dia, uma vida diferente. cada recomeço, uma chance maior de preencher vazios.



domingo, 22 de setembro de 2013