domingo, 26 de maio de 2013

. sobre alegrias .

não que não fosse feliz. 
ou que não se emocionasse mais com pequenas coisas e gentilezas. 
ou que, ainda, não se assustasse mais com as cenas e os filmes de terror. 

a diferença é que agora tudo era um pouco mais real que o tempo de antes. "e a realidade pode ser cruel", ela já sabia, desde bem moça, quando deixara de acreditar em grandes ilusões. 
eu tentei lhe dizer que, embora bonito, o mundo é uma pequena armadilha. em que é preciso ter destreza para não cair em desrazão. 
"não vá se arriscar nessa corda bamba, querida! equilibrando-se entre mágoas e ilusões".
mas todo contrário é indelicado quando se tem sonhos. e toda dor é grande quando permite se ferir demais. 

não há lágrima que cure. 

mas a gente bem sabe que há tempo que cicatrize. e que faça adormecer qualquer solidão...






sexta-feira, 3 de maio de 2013

. ah, Antônio! .

 "(...) Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. (...)"
 
["O Amor é Bem Mais do que Tudo Isso", em Eu Me Chamo Antônio]