quarta-feira, 20 de março de 2013

. calmaria anunciada .

passado o verão, que, pra mim, é a estação mais eufórica e longa do ano, com uma obrigação escondida de ter-que-ser-feliz-a-qualquer-custo [porque é ano novo, e tem céu azul, sol, praia, férias, janeiro], vem a calmaria delicada do outono. Que faz das manhãs mais leves e das tardes mais doces e preguiçosas. Que vê os intervalos como uma possibilidade de encerrar alguns ciclos e inaugurar outros novos em qualquer anoitecer de vento leve.

gosto do outono. Dá-me a impressão de que é possível reinventar os dias a qualquer minuto e prepará-los pra outros verões que ainda possam vir. Gosto de pensar que a vida [ao menos a minha] se reinaugura a cada fim de março numa esperança meio boba de que, além da leveza, outono traga também força, surpresas e presentes [e, de tanto acreditar, acaba sendo assim]. Gosto do vento fresco, das cores, do café no fim da tarde de domingo, do silêncio entrando pela porta da frente, das folhas secas estalando por baixo dos pés...

gosto de imaginar que felicidades, ainda que imprevisíveis, se anunciam quando é outono. e que o coração pode descansar dos saculejos e agitações do mundo.
acho um pecado desperdiçar cada estação como se todas fossem iguais...

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