terça-feira, 29 de maio de 2012

talvez devesse sorrir

não se preocupe. essa explosão toda de emoções que sentes, vai passar logo e tudo voltará ao normal. eu sei, eu sei. sua cabeça está a ponto de estourar e você às vezes parece não caber mais dentro de si. mas eu gosto de ver você assim, transbordando. por mais que eu saiba que isso tudo te confunde e faz aumentar a dose de calmantes para dormir durante a noite e o café para se manter acordada todas as tardes. você sempre teve muita certeza das coisas, meu bem. tão determinada, segura de si. daí agora vem a vida e destrói metade dos seus planos e te deixa assim, no ar. mas, se quer um conselho, reinvente. o cabelo. a decoração do quarto. o almoço. o caminho para o trabalho. as emoções. o coração. tem coisa boa por vir se você mantiver os olhos bem abertos e a fé em dia. e fica pelo menos até o fim do outono. que eu te cuido... com um carinho.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

"quando ela ri eu tenho vontade de chorar"

"(...) escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior só pra poder ter mais 5 minutos de sono pela manhã. E o despertador toca 50 vezes até que se levante. Mesmo assim, consegue chegar na hora (...) Tu nunca serás sorte pra ela. Sorte, é poderes tê-la na sua vida. Sabes? Ela não é romântica por natureza, mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo (...) E quando ela ri... quando ela ri eu tenho vontade de chorar. Não de tristeza mas porque cada gargalhada é como uma nota musical, que toca o coração e me faz querer dançar (...)"


domingo, 20 de maio de 2012

Um chá.

Pintou o rosto, vestiu um vestido azul (o mais bonito), agasalhou os pés com polainas e o pescoço com um cachecol antigo, que a vó tinha feito antes de morrer. Saiu. A noite era fria, as pessoas sorriam e viviam suas vidas com fervor e, outra vez, ela seguia sem ter pra onde... ir, correr, fugir, se fosse preciso. E faltava força, coragem, certeza e o poder de dissolver as confusões e crises que ela carregava pesando os ombros, desde anteontem. Mas no fim, não era nada que uma ou duas taças de vinho não resolvessem naquela noite de estomago e coração vazio...


(...) Da mais alta janela, de uma noite cheia de degraus, não importava mais hora nem tempo nem sobriedade. Falou de si, do mundo, da dor, do vicio, do cigarro e (desculpe a rima) do amor. Esqueceu o medo de altura e as vertigens. Esqueceu o frio e o sono e o trânsito e os sinais vermelhos e as faixas verdes e o silêncio. Da mais alta janela, que nem tão alta era, a vida parecia ir de encontro a si mesma, sem fazer o minimo de esforço, sem sequer perceber...


(...) Estava velha sim e o álcool, ao invés de lhe dar euforia, devolvia sono em dobro. Suspender o uso dos calmantes talvez resolvesse. Será? Preferiu não arriscar. Era melhor passar o resto da vida dormindo do que acordada e sem paz. Era vicio sim. Mas quem iria imaginar que se viciaria em fitoterápicos manipulados com essencias de maracujá misturado a camomila e valeriana? Quem? 

(...) Desrregulada outra vez, perdeu o sono durante a madrugada e perdeu a hora da manhã. Pensando, pensando, pensando... talvez porque pensar ajudasse a não esquecer. Talvez porque pensar, fosse a única coisa que pudesse ser feita naquele momento de sensações estranhas e alegrias encontradas, mas tão confusas! Sentimentos iguais, ideias parecidas, o tempo quase o mesmo. Tudo isso em um momento só, em que estender a mão não mataria ninguém e que apertá-la só seria proteção, carinho ou qualquer coisa que não doesse tanto, quanto já doía de antes...


(...) Se sonhou ou não, ainda não sabe. Uma semana depois, tem lembranças no lugar de realidades e uma sensação de ciclo chegando ao fim e nenhuma de recomeço. Deveria querer um abraço a essa hora do dia ou que o telefone tocasse ou que o silêncio de um céu sem estrelas deixasse de existir, ao menos por uma noite. Mas não... a vida tem dessas coisas de encontro, desencontro, insônias, memórias e sonhos desfeitos...











terça-feira, 15 de maio de 2012



♪ "(...) ah, dindi. Se tu soubesses como machuca, não amaria mais ninguém (...)" ♪
Cícero

Do livro de cartas...

.dela para ela mesma.

Mesmo com o tempo curto, resolvi passar por aqui pra lhe dizer que minha vida virou um turbilhão.
De sentimentos, de esperas, de agonias, de razões.
Já não sei mais contar nos dedos, nem valho mais da minha boa visão nem da boa memória. Guardo apenas papéis novos e antigas lembranças...
do que foi porque assim era bonito. 
do que não foi porque nem era mesmo pra ser.
... e tem horas que não saber se explicar é a melhor fuga. Outras, termina sendo a maior prisão.
E é por isso que ando me afundando em calmantes, canções de amor, dores exageradas... colecionando mágoas...
Uma hora alguma coisa vai me salvar! Uma hora, alguém vai aparecer e me lembrar e me levar pra longe daqui...
... de preferência, alguém que guarde poemas no bolso, para ler baixinho na parada de cada estação.
... alguém que leia os bilhetes que receber e guarde todas as cartas em uma caixa de papelão azul.
... alguém que não esqueça o amor no meio do caminho.
... alguém que não me deixe em solidão na esquina mais próxima, como se a qualquer momento pudesse voltar...
De preferência, alguém que seja pra vida toda. E que traga flores, chá e um bom coração...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

E...

... faz de conta que não havia mais tempo.
E que, assim, todo dia era manhã e a gente seria feliz pra sempre...


sexta-feira, 4 de maio de 2012

último de 30

(para alguém que, amanhã, acodará 31)

... que você tenha um dia bom e que as inquietações do seu coração sejam acalmadas por esse céu azul maravilhoso lá fora e esse ventinho leve de outono...
falando nisso, já parou para sentir o outono este ano? faz um bem danado pra alma da gente... experimenta vai?
encontra um lugarzinho onde o sol bate levinho, senta e respira devagar, esvaziando a cabeça de preocupações... vai tudo ficar mais bonito em um instante.
Acho um pecado deixar passar as estações como se todas fossem iguais. Acredite: elas não são...