terça-feira, 31 de janeiro de 2012

porquê

ela poderia escolher ficar 
se estivesse escrito 
em algum lugar naquele bilhete
que seria melhor assim
mas do contrário 
a escrtita não veio
e a vida ficou parada no meio
que nem rima pronta
feita pra enfeitar as palavras tristes
aí ela recolheu o brilho
que a vida havia jogado ao chão
vestiu-se dele e foi
pra nunca mais voltar...

..

"O que você é enfim?
Onde você tem paixão?"


.

"pra gente se inventar de novo"

... mais uma da minha lista de preferidas, está "Tempo de Pipa", do cantor Cícero.
O clipe é uma combinação perfeita de letra, melodia e imagens.
Alegrou meu dia, que hoje acordou meio borocochô e ganhou um tom diferente depois que a ouvi (várias vezes, por sinal).
A voz dele é uma doçura. Recomendo que assistam ao clipe antes de ler a letra, prestando atenção nos detalhes e na sintonia entre eles...
Segue clipe da canção que hoje movimentou meu coração...
(a letra você pode ver aqui: http://letras.terra.com.br/cicero/1934003/)




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Para uma boa fotografia

Um fotógrafo me disse uma vez que o segredo para uma boa foto, é imaginá-la pronta, de olhos fechados, antes do primeiro click. Um exercício de sensibilidade, é verdade. Lembrei-me disso hoje pela manhã, enquanto ia para o trabalho de metrô. Não que a paisagem fosse bonita, digna de ser fotografada e não que também não fosse, mas a questão é que com a lembrança, comecei a pensar se não deviamos fechar também os olhos antes do primeiro click na nossa vida. É claro que não dá para ficar brincando de abre e fecha o tempo todo, afinal de contas, os sinais fecham, a hora de descer sempre chega, os abismos podem ser fundos e as quedas inevitáveis, e tudo isso em frações de segundos... em um piscar de olhos.
Mas eu falo da necessidade da gente de olhar com mais delicadeza pra vida. De se preparar todas as manhãs para vivê-la com leveza, assim como se prepara para fotografar uma borboleta ou um passarinho na ponta do galho de uma árvore. De olhar pra ela com o coração, de pensar nas imagens da vida com o coração. É um exercício de sensibilidade, repito.
Mas será que não é disso que a vida anda precisando? De um olhar mais devagar para suas particularidades? Acho que sim... que a vida está para ser fotografada, mesmo sem câmera na mão...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Depois de Você"

"Depois de você 
o que vou fazer de mim"

Outro dia, ounvindo rádio (coisa que gosto muito de fazer), encontrei essa música.
Anotei o nome do cantor mas encontrei pouquíssimas coisas dele, mas a música é um encanto, uma lindeza só... e compartilho com vocês...

"Depois de Você", de Gabriel Rocha e Marcela Mangabeiras.


É só clicar no link que aparece o site dele, com todas as músicas, inclusive do CD novo...

Beijos...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Realizando...

Preciso aprender a escrever crônicas. Por que como uma pessoa se propõe a produzir um livro de crônicas e fotografias sem saber fazê-los?
A única coisa que sei é que para tudo, é preciso se aprender um começo. E é necessário também – e talvez o mais importante – ter coragem e vontade para começar.
Uma vez, um professor de literatura – muito querido por sinal – , me disse que o melhor jeito de entender as crônicas é lendo e não teorizando. Me recomendou Rubem Braga e já estou no meu segundo livro dele, que escolhi na biblioteca apenas pelo nome: “Um Cartão de Paris”.  No quesito crônicas, descobri também Martha Medeiros e sua brilhante capacidade de dizer dos sentimentos da gente. Outra que só tem de mim admiração (e muita) é Eliane Brum, que me conquistou com seu interessantíssimo “A Vida que Ninguém Vê”.
Sem falar de Clarice Lispector, que embora esteja hoje entre os clichês e publicações alheias (desconfio às vezes que só por suas frases bonitas e impactantes e não pelo contexto de suas obras), faz parte da minha vida há muito mais tempo e é, sem dúvida, a escritora que mais me dá prazer em ler sentimentos transformados em palavras. Porque acho que o principal que ela faz é isso: traduzir o que a gente muitas vezes não diz de uma forma que a gente sempre quis dizer. Acho que é por isso que gosto tanto do que ela escreve. E acho também que foi com ela, que aprendi a gostar de escrever.
A verdade é que mais que um trabalho de conclusão de curso, meu livro de crônicas e fotografias é o projeto da realização de um sonho. É perceber que quando a gente quer uma coisa de verdade e se empenha por essa querência, nada - ou quase nada - pode dar errado. Que venha meu sétimo e último período do curso de Jornalismo. Porque como diz Eliane Brum. em seu livro "A Vida que Ninguém Vê":



"Ser repórter é um dos grandes caminhos para entra na vida (principalmente na alheia) com os dois pés e com estilo. Desde pequena, o que mais me fascinava era passar pelas casas e prédios de apartamentos (em Ijuí tinha dois), adivinhar a luz lá dentro e imaginar o que acontecia, que vidas eram aquelas, com o que sonhavam, que dramas tinham, o que as fazia rir. Pronto. Arranjei uma maneira de entra em qualquer casa iluminada por dentro, mesmo que seja com uma vela. Ser repórter não tem preço. Em todos os sentidos."

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"bem, talvez devesse chorar"

 "Então hoje eu escrevi uma canção para você
Porque um dia pode ser muito comprido
E sei que é difícil passar por ele"
Alexi Murdoch, 'Song For You'


É verão e aqui tem feito mais chuva que calor. Alguns livros na prateleira, chocolates e uma saudade imensa me fazem companhia em minhas férias noturnas...
Vez ou outra, começo a pensar no amanhã. E trato a vida contada ao telefone com frieza, que é para não sofrer muito do lado de cá. Afinal de contas, vai terminar logo e coisa que não posso nem sei, é prever o que vem depois.
Talvez eu deva permanecer em silêncio, já que ele me cai tão bem.
Talvez eu deva escolher a solidão, já que ela é tão bonita se olharmos de perto e se soubermos fazer dela a melhor companhia...
Porque no fundo, acho que todo mundo já tem um caminho escolhido, traçado milimetricamente com linhas finas (e por vezes tortas), que sempre vão terminar no melhor lugar.
No fundo, sei que todo mundo precisa descobrir quem é para só então deixar de se perder. E os que não conseguem tal feito, passam o tempo vivendo à margem, na beira de seus próprios abismos...
Se Caio F. Abreu, que tanto amo, talvez me escrevesse uma carta, acho que diria qualquer coisa doce para amenizar o peso que sinto sobre as minhas costas. Mas como não tenho carta, nem Caio, nem nada, fico aqui parada sem dormir, vendo o tempo passar que nem vento pela janela.
Poque logo logo amanhece. E deu na previsão do tempo que vai fazer sol...


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Então...

"Assopra pra esparramar no azul tua vontade de céu, que depois tudo se aquieta por dentro. E nesse vício de sorrisos, a lua inteira entra dentro de casa e sorri bendizendo a chegada de uma nova estação. No peito uma batucada de gestos delicados e a delicia de descobrir nos olhos, uma crença rendada de jasmim. Uma religião de afeto, um encontro com a vontade de ser. Uma mão estendida no meio da tempestade. A paz é escolha de quem se recolhe pra acolher em passos leves. Finge ser criança no meio da guerra e aprende que quem tem a alma nos olhos e o coração na mão, sempre encontra uma saída."

Vanessa Leonardi
 
 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Um tempo

“Que Deus lhe abençoe e cuide do seu coração”, ela dizia satisfeita, com os olhos marejados, fitando aquele sorriso cansado... no espelho, um reflexo meio distorcido pela água da chuva que caiu a pouco, molhando a varanda todinha, e a certeza de que dali há algumas semanas, tudo tomaria outra forma, ganharia outra cor. Queria que esperasse anos... na verdade, queria que esperasse se formar, conseguir um bom emprego, um bom marido, se casar, ter filhos, construir família, se estabelecer. Mas não podia pedir demais diante das mãos enrugadas, os olhos baixos, os cabelos esbranquiçando mais rápido que era de costume... deu-lhe um abraço apertado desses que só se ganha quando há muita saudade. Quis deixar chorar mas nem isso podia. Engoliu seco aquele misto de alegria e tristeza, aquela confusão de informações. Sabia que não seria, ainda, a última vez. Mas sabia também que ela chegaria. Não demora, ela vai chegar...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Que seja...

"Gostaria de te desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente.
Então, desejo apenas que você tenha
muitos desejos. Desejos grandes.
E que eles possam te mover a cada
minuto, ao rumo da sua felicidade!"

(Carlos Drummond de Andrade)

As coisas andam bem por aqui. É ano novo e ao invés de pedidos, coleciono uma lista de bons ventos e agradecimentos... porque acredito que chega uma hora na vida, que a gente não precisa nada mais que sorrir e contemplar o que tem nas mãos, diante dos olhos e também no coração.
Caindo nos clichês de fim e início de ano, posso dizer – e sem medo de errar - que 2011 foi um ano bom... de construir alicerces, possibilitar encontros, buscar caminhos, descobrir verdades.
Talvez tenha sido um período de solidão maior. Necessária para que eu aprendesse a caminhar com minhas próprias pernas, me guiar pelos meus próprios sonhos e descobrir que eles são possíveis. Passei por desencontros, desses que são parte da vida, em que a gente descobre quem vai nos estender a mão e quem vai fingir não ter nos visto em queda, quase chegando no chão. E eu descobri... encontrei amigos, conhecidos, pessoas maravilhosas com suas vidas e particularidades tão grandiosas que me fizeram esquecer o quão doloridos são os rompimentos, os cortes, as “desligações”. Fiquei mais forte, enfim.
E mais feliz também...
porque acredito que chega uma hora na vida, que a gente descobre aquilo que realmente gosta e aquilo que realmente importa. Seja um trabalho novo, um projeto que anda dando certo, um reconhecimento de quem a gente admira, a certeza de que, por mais que não pareça, “é esse o caminho e você fez as escolhas certas”.
E está no lugar certo, com as pessoas certas, naquela vida simples, calma e serena, pela qual o coração sempre esperou...
E que assim seja, por todos os novos anos que estão por vir... sempre.