sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Uma ajudinha...

... há muito tempo atrás queria escrever um livro.
sem saber muito bem um tema, comecei a escrever textos pequenos pra postar aqui mesmo no As Cores Dela, mas acabei criando uma afinidade tão grande com eles, que resolvi dar uma sequência e passei a chamá-la de MiniContos.
Sem saber muito bem o que fazer com eles, decidi criar uma aba aqui e postá-los. Ainda faltam alguns ajustes, quero ilustrações pra colocar e um nome, já que ele não possui. Aí pensei em dividir isso com vocês, que passam por aqui e deixam suas cores completando as minhas e me fazem tão feliz com os comentários nos textos...
Se alguém quiser dar alguma sugestão de ilustração, nome ou até mesmo mudança no que já está lá, vou adorar!
Deixo claro que os mini contos não são um desabafo pra uma infelicidade ou um desamor que eu sinta. Pelo contrário... talvez minha vida e meu coração nunca tenham sido tão tranquilos como hoje e talvez seja por isso que resolvi postá-los agora.

Bom, a página ou aba, está bem aí em cima e o link direto daqui pra ela é MiniContos.

Espero que gostem e boa leitura!
Beijos coloridos... =)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Do livro de cartas (nº 4)

 "Você está quase sempre perto de mim, 
quase sempre presente em memórias, lembranças, 
estórias que conto às vezes. Saudade.."
Caio Fernando Abreu

Para um amigo do quadro

... é que isso assusta demais entende?
Essa necessidade que as pessoas tem de querer explicar tudo, sendo que nem elas mesmas entendem.
Essa falta de simplicidade nos gestos, nas palavras, nos viveres.
Porque era tudo tão simples, lembra? Sempre foi...
A gente respirava, sorria e pronto! 
Tava lá, tudo preparadinho pra esperar a gente acordar todos os dias e viver as intensidades dos dias, que nunca foram tão pesados quanto agora...
Eu sinto saudade sabe?
Uma saudade doída que só ela consegue ser...
Mas a vida e o tempo sabem sempre o que fazer da gente e não se tem muito o que fazer depois que eles decidem.
A gente só respira, ergue a cabeça e segue em frente devagar, aos poucos, para não tropeçar...
Tô meio sem saber... mas queria ver você. Precisava até.
Mas a gente se encontra em breve, eu sei. Você sabe também... eu te contei. 
E a gente se prometeu...

Grande abraço

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

às vezes a gente precisa dizer

Outro dia, mãe disse que tem medo da solidão e me encheu os olhos de lágrimas. Porque ela é coração puro demais pra sentir essas coisas tristes e porque embora grande de vida e de emoção, mãe é pequena sabe? Dessas pequenezas que precisam de cuidado o tempo todo, mas que aprendeu tão cedo as complicações da vida, que tirou as forças sabe lá Deus de onde, pra encarar o sol todas as manhãs. Perceber a fragilidade dócil das coisas e das pessoas pode ser assustador. Porque diferente de pai, mãe sempre foi aquela pessoa distante, grande, inabalável. Embora a visse chorando algumas vezes (sempre sem saber porque, já que ela nunca dizia), nunca pensei que ela fosse ter medo de ficar sozinha um dia. Nunca pensei que ela fosse ficar... aí eu fui embora pensando e comecei a entender, enfim, a beleza delicada das coisas e dos pequenos momentos. Aí eu comecei a querer que todos os dias fossem sexta à noite início de mês pra correr pra rodoviária e chegar em casa lá pelas 22h, e encontrar café feito na hora e pastel de carne quentinho, pra segurar as longas conversas com mãe até 2 da manhã. Aí eu pedi a Deus que me concedesse o privilégio de ser forte e ter os olhos carregados de doçura como mãe. Porque eu fico vendo as pessoas nessa querência toda de ser igual aos outros e eu, que nunca quis ser reflexo de ninguém (porque acho que nunca precisei, já que o que conta na vida é o que a gente consegue fazer de melhor da gente mesmo de acordo com o que a gente acredita), me vi parada desejando, do fundo do coração, ser na minha vida, metade do que mãe é na dela, na minha e na de tanta gente.

Não precisei fazer força nenhuma pra prometer pra mim mesma, cuidar dela com carinho, desse jeito que falto tanto às vezes e que me dói muito sempre. Mas precisei reunir toda a coragem que existe pra sentar na beira da cama, já distante uma hora e meia de casa, ligar pra mãe e dizer que cheguei, com os olhos marejados d'água, sem ela saber...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Despedida

De malas prontas, já tudo guardado, ela começou a pensar no significado e na importância das coisas.
Por coincidência (ou não), te encontrou nos detalhes mais bonitos... esses que causam alegria e que muitas vezes, levam embora pra bem longe a solidão.
Por um instante exitou. Lembrou das coisas que construiram juntos, da simplicidade das manhãs e sentiu uma quase vontade de ficar.
Mas não queria, não podia, não devia...
A gente sempre sabe quando é hora de ir. Um sorriso largado no chão, uma alegria presa na garganta, um amor se transformando em qualquer outra coisa, dessas dificeis de explicar mas que machucam lá no fundo do peito, mais que qualquer outra ferida.
Ela sabia que o amor nunca ia acabar, mas que podia mudar, desse jeito mesmo, como já estava mudando.
Aí, ela pegou as coisas, chorou um pouco e foi, sem saber pra onde, nem sequer se ia voltar.
Muitas coisas dispensam respostas imediatas. Mas precisam acontecer... mesmo assim.