quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um pouco de ópera

Rodolfo e Mimi (foto: GuiaBH)

 Sem ter um motivo muito específico, nunca gostei de ópera ou apresentações orquestrais com tenores, cantores solistas ou coisa parecida. Sempre me encantou mais o movimento dos instrumentos e seus sons 'individuais' do que misturá-los a vozes e encenações. Mas algo me chamou atenção na Ópera La Bohème, que ficou em cartaz aqui em Belo Horizonte, no Grande Teatro do Palácio das Artes por pouco mais que uma semana. E tanto chamou atenção que, pela primeira vez, desejei muito assistir uma ópera. Pois bem... ganhei um par de ingressos para o penúltimo dia e fui: cheia de expectativas e com esperança de me surpreender. E realmente me surpreendi. 
Apesar de se passar em Paris, La Bohème é uma ópera escrita por um italiano, Giacomo Puccini, e teve sua primeira apresentação em fevereiro de 1896 em Turim, na Itália. Em quatro atos (o maior foi o primeiro, com 30 minutos), a história gira em torno dos personagens principais: Rodolfo, um poeta parisiense que se apaixona por Mimi, uma florista e pintora que sofre de tuberculose. Neste primeiro ato, os dois se conhecem, apaixonam e, no decorrer dos próximos três atos, vivem os desdobramentos das histórias de amor, com seus momentos felizes e tragédias típicas, ainda mais para a época em que foi escrita.
Confesso que o início só me fez pensar que minhas impressões continuariam as mesmas: nada de óperas na minha vida. Mas o cenário, a história e a desenvoltura dos personagens foram me prendendo a partir do segundo ato, cheio de cores, que contou com a participação da Cia. de Dança Palácio das Artes, do Coral Infantojuvenil também do Palácio e do Coral Lírico de Minas Gerais. Sim: o segundo ato me conquistou pelo seu encanto. Daí então, eu já quis ficar para ver o que aconteceria no terceiro e do terceiro, minha curiosidade aumentou ainda mais para descobrir o desfecho dos personagens no quarto e último ato.
Conclusão: saí do Palácio das Artes revigorada, apaixonada com o que vi e ouvi. Além dos solistas, que vieram de diferentes estados e países (mas um deles é mineiro), a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que ficou no fosso, escondidinha, na minha opinião, também executou um trabalho maravilhoso, sob regência do maestro Roberto Tibiriçá.
No final de tudo, eu só queria pegar o telefone e contar cada detalhe de La Bohème para o Nelio Souto, que gentilmente me presenteou com os convites (sempre me proporcionando os melhores momentos e aprendizados com suas surpresas), mas que não pôde me acompanhar.
Sei que a temporada já acabou (os ingressos esgotaram nos primeiros dias) mas como é a terceira vez que a montagem é produzida em Belo Horizonte (a primeira foi em 1981 e a segunda em 1996) recomendo aos mineiros (e não mineiros também) que se surpreendam com La Bohème como eu me surpreendi... 

Saiba um pouco mais sobre a ópera  no site da Fundação Clóvis Salgado (clique para acessar)

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