segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu começo...

... essa semana mãe veio me ver. E eu, pouco acostumada com essas aventuranças dela, me surpreendi sem deixar, claro, de me achar uma das pessoas mais felizes do mundo.
Nesses quase dois anos e meio que saí de casa, ela nunca veio pra ficar...
Das poucas vezes que apareceu por aqui (acho que devem ter sido umas 4, no máximo 5), chegava domingo cedo com uma de minhas tias e ia embora logo após o almoço (isso, quando ficava para almoçar).
E nem era má vontade não... mas acho que às vezes, ela tem um pouco de medo de viver...
Mais do que me trazer alegria, ela me deu também orgulho... sei que parece bobagem mas esse processo todo para chegar aqui (ir pra rodoviária, comprar passagem, viajar sozinha e descer em um lugar quase completamente desconhecido), foi uma vitória pra ela e eu vi isso bem estampado em seus olhinhos-cor-de-abacate e de certa forma, isso me fez sorrir, mesmo sabendo que a hora de ir embora também chegaria depressa, assim como meus momentos felizes...
A vida tem me deixado um tanto frágil, é verdade. Algumas vezes, fico um pouco sem saber o que fazer e acabo agindo errado ou pelo menos, deixo o tempo passar sem ter a real dimensão do quanto nem é tão dificil assim acertar, quando se quer que a vida seja harmoniosa...
De tudo, no entanto, me alegra o fato de ser inverno e estar fazendo um pouco de frio e de logo mais chegar a primavera com suas delicadezas sutis...
... me alegra o fato de ter aprendido com destreza a lidar com a solidão, ao ponto de precisar de algumas dosagens dela para suportar os dias e suas limitações...
... me alegram, os laços eternos que estabeleci durante o caminho e o amor incondicional que mãe (e acho que pai também) me ensinaram a sentir...
... me alegra (e talvez esse seja hoje um dos meus maiores motivos para sorrir), ter por perto pessoas das quais me orgulho tanto e que também se orgulham de mim assim, sem pedir nada em troca, sem precisar coisas grandiosas e necessitando apenas dividir e compartilhar...

...aí ontem eu comecei outra vez... talvez fosse mais fácil dizer recomeço mas não acho tão bonito quanto começar mesmo... porque penso que quando a gente recomeça, estamos só repetindo um início que já tentamos antes, enquanto começar, é escrever um capítulo novo no livro de histórias da nossa vida...
não sei bem que rumos ela (a vida) vai tomar... talvez não precise mais que essa vontade mesmo de coisas novas ou de recuperar o que a gente foi deixando no chão, ao esbarrar nas paredes do caminho.
Só sei que existe uma leveza nas coisas e que preciso senti-la para então, fazer com que permaneça nos meus dias...
E eu agradeço: a Deus pela fé e ao caminho pela esperança...

2 comentários:

Liv Milla disse...

Não tenho comentado muito seu blog, mas sempre me identifico muito com seus textos.

É impressionante como carinho de pai e mãe renova as nossas forças para enfrentar a solidão e a correria do mundo. Viver sozinha não é fácil mesmo, mas é uma sábia escolha que eu acho que todo mundo deveria fazer pelo menos uma vez na vida.
Os laços familiares parece que ficam mais fortes quando estamos longe de casa. Você também sente assim?
Beijo!

Lucas Alves disse...

Eiiii Débora :D
Que lindo!
Embora eu esteja um pouco distante, saiba que podes contar comigo sempre...
Estarei carregando sua mala (em pequenas distâncias) e te ligando numa segunda-feira de manhã à cobrar pra falar sobre a vida huAhahu
Tenho de conhecer sua mamãe hein!

Beeeijo! Te amo demais moça.
Lucas