terça-feira, 31 de maio de 2011

"Canções Traduzindo a Vida"

Recebo sempre às segundas (e muito raramente às terças) a programação semanal da Fundação Clóvis Salgado. Confesso (e com um pouco de vergonha) que faço muito pouco proveito dela, pois, sempre colocando a culpa na falta de tempo, deixo passar várias coisas interessantes, que vão do recital de poesia no café ao concerto da Orquestra Filarmônica de Minas no Grande Teatro do Palácio das Artes (como aconteceu acho que há duas semanas atrás, quando os ingressos se esgotaram e perdi a apresentação da orquestra com um bandoneonista, tocando composições de Astor Piazzola que tanto gosto, mesmo que muitas vezes elas me façam chorar). Mas bom... o que me chamou atenção na programação dessa semana, foi a próxima edição do Quarta Erudita, que traz a Mezzo-Soprano Luciana Monteiro de Castro, acompanhada pela pianista Guida Borghoff, em uma apresentação com o tema "Canções Traduzindo a Vida", que aborda poemas de autores como Olavo Bilac, Thomaz Lopes e João de Deus, musicados por Alberto Nepomuceno. Não conheço a soprano nem a pianista (e sei um pouco, não suficiente, dos poetas musicados). Mas o que me intrigou e me fez pensar por toda a manhã, foi o tema: “Canções Traduzindo a Vida”. Porque quando a gente para pra pensar, encontra cá dentro da gente, que a música tem mesmo essa brilhante função de traduzir com simplicidade e delicadeza, as estranhezas de dentro da gente. E ainda que não traduza milimetricamente e corretamente todas as linhas tortas que a gente vai traçando no decorrer do caminho, ao menos na minha vida, a música tem um papel magnifico de devolver a docilidade dos dias, quando eles começam silenciosos, a se acomodar com as rotinas e inquietações que carrego desde sempre na alma.
Me enchi de curiosidade e fiquei me perguntando como será essa apresentação. Provavelmente, não sairá muito do convencional mas mesmo esse convencional já me intriga, só de pensar que serão cantados (e tocados) poemas feitos para ser poemas e não poemas feitos para ser música (embora eu ache vez em quando, que não dá para existir um sem o outro).
Se tudo correr bem e eu puder faltar a aula (essas apresentações costumam acontecer sempre em dias de semana, à noite e normalmente quando menos posso faltar), vou assistir e matar minhas curiosidades. E deixar que as canções realmente traduzam minha vida, com suas pequenas sutilezas...

Um comentário:

Nelio Souto disse...

Beleza!
Nós iremos???
Beijo!