segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aí...

... aí, (com a cabeça já no travesseiro, os olhos pequenos pois ainda era cedo mas o sono já era grande) ela chorou.
Não que estivesse triste, pelo contrário! Já que tristeza, dessas verdadeiras mesmo, ela não via há tempos, quase um ano, desde que ele chegou.
Mas chorou de calma, de leveza sentida por dentro, de pensamentos bons guardados no peito, de lembranças bonitas gravadas no arquivo da memória, de felicidade e enfim...
E naquele instante, o mundo se quisesse acabar, dessa vez nem poderia ir. Porque ela não queria mais que as coisas tivessem um fim rápido, como por vezes tanto quis.
E por mais que as coisas se fizessem pesadas demais (e que por vezes ela mesma as tornasse assim), dessa vez a vida merecia um retrato desses nunca vistos, mas que lembram a casa branquinha no alto da serra com árvores fazendo sombra e roseiras trazendo flor.
Simplicidade...
Ah Deus!”, ela chama olhando pro céu, no rumo certo da única estrela alcançada nas nuvens nubladas avermelhadas da sua janela pra dizer que as coisas possíveis mais bonitas que a vida podia lhe dar, clareavam em cada gotinha escorrida dos olhos... estava tudo ali: nas escolhas, nas mãos, na saudade, nos sentimentos todos tão fortes e ainda cada vez mais, em cada tarde de outono.
Quis agradecer mais uma vez, mas já dormia antes de tentar.
No entanto, silêncio às vezes diz mais que qualquer palavra. E em seu silêncio, morava a mais doce felicidade...