sexta-feira, 28 de maio de 2010

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"Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."
Carpinejar

Há de se conformar...

"O jeito dela tinha mudado, havia ficado mais direta, quieta e solitária. Falava demais pra distrair as pessoas do sentimento de vazio que ela tinha no peito, precisava resolver só e não queria ninguém pra dividir isso. Ainda era bem humorada, apesar disso parecer meio contraditório. Tinha amizades reservadas, sem muitos detalhes íntimos com medo (ou vergonha) de se intrometer demais na vida dos outros."
B.

... não sei como ou porque, se é que eles existem.
Mas quando li esse trechinho, parcia ter sido escrito pra mim, embora eu saiba que não.
Ou de repente, pode até ter sido.
Inconsciente.
Porque a gente se escreve às vezes.
E foi por se escrever, que a nossa amizade se encontrou... 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Carinho

- Não se preocupe minha filha! Vai ficar tudo bem.
- Eu sei vó. Mas tá demorando tanto!
- É assim mesmo. As coisas acontecem quando a gente nem espera.
(silêncio)
- Dá um abraço vó?
- Até dois...

Selinho!


... nunca tinha ganhado um selo antes, mas esses dias pra trás, fui presenteada com um!
Com intensidade, da moça do blog http://crisss-santos.blogspot.com/
Obrigada!

Bom... vamos lá ao que tenho que fazer:
- responder o que tem na sua bolsa neste exato momento
- repassar para 10 blogs.

... na minha bolsa, nesse momento, tem chocolate, agenda, mp4, caderno com meus desenhos, caneta, sombrinha, carteira, óculos de sol...

repasso para as cores deles:
http://dasdelicadezas.blogspot.com/
http://centopeiajornalismo.blogspot.com/
http://euamaria.blogspot.com/
http://joaokiller.blogspot.com/
http://1002umdiadesses.blogspot.com/
http://essastaissimplicidades.blogspot.com/
http://felicidadeclandestinag.blogspot.com/
http://lejourdelouverture.blogspot.com/
http://nemnuanemcrua.wordpress.com/
http://biica.blogspot.com/

terça-feira, 25 de maio de 2010

"Pra Sonhar"



... tão bom que vim dividir...
só o Marcos Medeiros pra renovar meu estoque musical que andava sentindo falta de algo bom, pra sacudir a vida e alegrar o coração... =) 

Quando inverno vier...

Era primavera quando ele chegou e ela o recebeu de braços abertos.
O convidou para ficar durante todo o verão...
Preparou um chá com bolachas, mesmo não gostando muito de chá.
Lhe contou das alegrias da vida, dividiu filmes e canções, contou dos sonhos e alguns segredos, mostrou algumas cores, falou sobre seus medos, lhe mostrou primeiro as primeiras palavras que escreveu.
Ele se sentou ao lado dela e ficou por três verões. Falou que lá chove sempre, a convidou para um pic nic e lhe ofereceu um guarda- chuva, apresentou sua banda, falou sobre medos em comum, mostrou algumas fotos e trabalhava demais.
Ela se apaixonou de cór.
Ele, falava pouco de si.
E enquanto ela lhe escrevia poemas, ele lhe dedicava cores em fotografias.
E enquanto ela lhe pintava borboletas em uma tela, ele lhe enviava sorrisos em borboletas vivas que pousavam no quintal...
Era tudo tão bonito! Que as estações quando chegavam, não queriam passar. E em cada época que passavam, esperavam anciosas a época de voltar...


Era o segundo outono quando ele foi embora.
Pediu um chocolate gelado e nem sequer olhou pra trás.
Ela, ficou sem saber o que fazer, embora já soubesse desde o terceiro verão que a doçura estava se perdendo...
E que embora verde e vermelho combinem tanto, às vezes entrava o amarelo, o laranja, o roxo... modificando os tons.
Lhe escreveu alguns poemas, e chegou a transformar algumas palavras em carta, só pra ele saber...
Não sabe sequer se ele leu, mas sabe muito bem que ele não respondeu.
Passou por alguns processos de desamargura, até purificar o próprio coração, que sentia tanta dor...
Aprendeu por linhas tortas a arte da vida enquanto recuperava os sonhos que ele guardou na mala e levou embora sem perceber.
Hoje, ainda é outono e ela ainda lembra os tropeços, os desgastes, as desilusões.
Não deseja mais reviver o que passou, mas deposita todas as cores que restaram nas estações que estão por vir...
Pediu um chocolate quente pra esquentar o frio.
Pediu uma chance nova para comemorar a liberdade que, enfim, deu a seu próprio coração...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

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"No fundo, há só uma verdade: me sinto só.
Talvez seja essa a causa dos meus males.
Ou será o desconhecimento do que sou, (...)
O que sei é que as coisas que preocupam
podem ser resumidas em poucas palavras:
Deus, solidão. E no fundo, o que existe sou eu.
Como um grande ponto de interrogação sem resposta."

Caio F. Abreu

domingo, 23 de maio de 2010

Para Tatita...

Todos os dias o Universo nos dá em pequenos instantes, a chance de recomeçar e realizar um pedacinho dos nossos sonhos...
esses instantes mágicos aparecem quando a gente menos espera: no girar da chave no portão de casa, no café derramado de manhã manchando o forro da mesa, na borboleta colorida sobrevoando do lado de fora da janela...
Eles aparecem pra guiar nosso caminho, pra nos mostrar as realidades possíveis, pra devolver um pouco de luz que a gente vai deixando pelos cantos.

Desejo que você, minha amiga de caminhada e de alma, agarre todos os seus instantes mágicos e não deixe que eles escapem pela fechadura...
 Desejo que o medo que você sentir, te transforme ainda mais em luta, coragem e força.
E pra todas as vezes que você quiser chorar, eu desejo o branco das nuvens, pra você se lembrar que assim como a chuva, lágrimas também evaporam. Então, pode chorar... que vai virar nuvem!
Desejo um milhão de abraços por dia, um trilhão de sorrisos por minuto, um coração cheio de amor infinito pra cada milésimo de segundo, pra que a alegria caminhe ao seu lado, sempre pronta pra te segurar nos momentos mais difíceis.
E eu desejo, acima de quase tudo, que você não se esqueça das cores e delicadezas que o mundo tem.
Pois eu acredito ( e tenho certeza) que sua essência está na simplicidade das coisas que boa parte das pessoas ainda não está acostumada a ver...


Aqui por dentro, eu guardo um monte de lembranças... da moça cheia de doçura e delicadeza, que em pouco tempo transformou minha vida inteirinha! acreditando nos meus sonhos, apoiando minhas loucuras, vibrando com minhas vitórias, torcendo pelas minhas conquistas, dividindo aflições, tristezas e agonias...


Tatinha, vai! Alguém precisa ir pra me contar como são as coisas de lá.
A saudade? A gente vai matando aos poucos, como der...
O amor? vai permanecer dentro de mim, de você, do Di, da sua família, dos seus amigos...
E um segredo: ele corre o sério risco de crescer ainda mais, só pra chegar até você... só pra você sentir.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

ps.:


... essa é uma das minhas fotos felizes do dia...
pequenos balões feitos pela Anna e pelo João, do Libertarte.

Porque às vezes, a gente só precisa aprender a ver...

foto: João Marcelo.

Coisas da vida... ou uma confusão qualquer.

Ando escrevendo pouco.
O tempo tem passado e levado com ele a minha capacidade de administrá-lo tão bem, além de me afastar das palavras que escrevo e das que gosto tanto de ler em outras cores que acompanho.
Mas hoje eu precisava escrever... nem que saíssem uma ou duas linhas e só.
Nem que tivesse que ficar aqui até as 5 da manhã sem dormir...
Mas eu preciso... porque meu coração precisa parar de transbordar.
Faz uns dias que ele tem transbordado de saudade...
E a cada lembrança que vem, enche mais um pouquinho.
Ante ontem eu parei pra lembrar as coisas da minha vida.
Achei tanta gente perdida aqui dentro! E quando vi, já estava tentando entender porque as pessoas gostam das outras e me perguntando se já fui o gosto de alguém...
Não achei resposta...
Mas achei um amigo que me deixou aos prantos quando foi pra França, e que me devolveu tantos sorrisos quando ligou de lá, só pra dizer que estava com saudade. A gente se perdeu no tempo, depois da última vez que ele veio ao Brasil me ver...
Achei também um irmão que foi pra Londres sem se despedir porque não queria me ver chorar... vi o narizinho dele vermelho numa foto na neve. Sorri...
Achei o primeiro amor que tive. E o quanto mesmo o não viver me deixava feliz... lembrei as tardes conhecendo músicas, os longos caminhos de ônibus de volta pra casa, a preocupação e a mão sempre estendida pra me ajudar... entendi então, que ele foi o melhor amigo que tive em toda a minha vida.
Achei as tardes na oficina do meu primeiro professor de violino e cada passinho dado pra aprender Brilha Brilha Estrelinha de cór.
Achei os sonhos que tive... Paris, café, montanha- russa, malabarismo, faculdade, trapézio, casa lilás, aulas pra crianças, livro, poesia, tecido, dom, tocar com o coração...
Não chorei. Mas minha cabeça virou um turbilhão, um acúmulo imenso de lembranças de situações e de pessoas. Me vi dentro de uma bolhazinha, cercada de ar, abandonada no presente, incerta quanto ao futuro, nostalgica pelo passado.
Entendi que é verdade que as pessoas substituem as outras muito rápido.
Então, escrevi um email pedindo novidades ao meu amigo e dizendo da minha saudade.
Deixei uma mensagem pro meu irmão perguntando quando ele volta.
Vou ligar pro meu melhor amigo sábado e tentar vê-lo.
Fiz as estrelinhas brilharem no meu violino.
Risquei da lista os sonhos que fui realizando sem sequer me lembrar que existiam escritos em algum lugar.
Talvez, isso nem faça tanto sentido assim pra uma pessoa ou outra.
Mas pra mim faz. E é por isso que hoje resolvi não cobrar mais do tempo.
E sim, deixar que ele cobre de mim um pouco mais de vida, um pouco mais de realização.
Sabe, eu descobri que sou saudade e que quero morrer assim...
Saudade faz a gente lembrar que tem um passado... saudade, faz a gente entender que existiu no passado de alguém...
Saudade faz a gente entender que aconteça o que acontecer, tudo sempre vai virar saudade.
Porque não dá pra parar no tempo, só pra evitar que os momentos bons passem.
Porque tudo passa... mesmo quando a gente não vê ( e costuma mesmo passar quando a gente fecha o olho).
A sorte, é que nos resta lembrança...
A sorte, é que ninguém é livre do passado. E por isso, ninguém pode ser completamente só...

Música do dia...

"Já faz um tempo que eu queria te escrever um som
Passado o passado acho que eu mesma esqueci o tom..."
Tiê, 'Assinado eu'


domingo, 16 de maio de 2010

Benção


"Abençoadas sejam as dádivas generosas que vêm nos lembrar que viver pode ser mais fácil. Que amar e ser amado pode ser mais fluido. Que dá pra girar o dial. Que dá pra sair da frequência da escassez e sintonizar a estação da disponibilidade, onde alegrias já cantam, mas a gente não ouve. Abençoadas sejam as dádivas que vêm nos lembrar, com alívio, que há lugares de descanso para os nossos cansaços. Que há lugares de afrouxamento para os nossos apertos. Que dá pra mudar o foco. Que não é tão complicado assim saborear a graça possível que mora em cada instante.
Abençoadas sejam as dádivas generosas que nos surpreendem. Elas não sabem o quanto às vezes, tantas vezes, nos salvam de nós mesmos. "
Ana Jácomo

Dedicado a um amigo.

Ei!
Você tem uma força enorme! Maior que suas pernas gigantes que num passo dão três dos meus.
E eu confio em você.E sei da capacidade que seu coração tem de transformar o mau em bom.
A vida é cruel, a gente sabe mais que ninguém.
E ela nos dá tristezas de presente, pra que a gente aprenda a valorizar as alegrias.
Sabe, eu não quero que você desista nunca!
Porque mesmo a gente brigando o tanto que a gente já brigou, você é importante e especial demais pra mim.
E se eu ainda não desisti, é porque você não me deixou ir...
E agora é minha vez de segurar você pela mão e pedir pra ficar do meu lado pra sempre!
Existe um lado bom em tudo...
Vê só o outono.
As folhas das árvores caem, só pra renascer em flor na primavera...
E assim deve ser a vida... cai pra voltar a florir...
Quero muito que você não me abandone nunca!
Quero muito estar com você sempre que precisar...
Seja pra brigar, pra chorar, pra morrer de rir, pra encorajar a fazer o que achar certo, pra dar a mão pra atravessar a rua, pra fazer rondas a tarde, pra ir embora por onde fôr pro resto da vida.
Porque eu tenho o defeito de gostar demais das pessoas e me sentir responsável por elas.
E consequentemente, faço delas também responsáveis por mim.
E é sempre bom dizer pras pessoas o quanto elas são especiais...
E eu já amo você...

Com carinho,

[dedico ao meu grande amigo João Marcelo]

Abraço.



... bastava um abraço, que nunca vinha na hora certa.
Mas dessa vez veio... e durou o tempo que deveria durar...
Quanto eu não sei dizer ao certo.
... mas foi o suficiente para fazê-la feliz.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Direção

- Onde você vai?
- Não sei. Tá fazendo tanto frio aqui!
- Separei uns cobertores. Pode pegar se quiser.
- Não vai adiantar. Não é fora. É dentro...
- E continua doendo?
- Sim. Dói como se nunca tivesse parado de doer um dia. Mas não é a mesma dor... é também solidão.
- E bem que tentei te avisar que era perigoso.
- Perigoso acho que nem é. Mas arriscado sim. Dizem que viver é correr riscos. Às vezes eu queria morrer então...
- Não quero que você morra!
- Mas às vezes é preciso... não morrer por inteiro, mas ir matando aos poucos, todo resto que a gente carrega por dentro.
- Você fala do passado?
- Também. Mas cabem os pesos do presente, que a gente insiste em carregar. E se não desfizer logo, corre o risco de ter que levar pro resto da vida...
- Não consigo entender...
- São as pessoas... que insistem em partir nosso coração em pedacinhos, sem nos dar Super Bonder pra colar.
- Será que teria como pedir pra Deus mandar as pessoas pro mundo carregando kits de primeiros socorros?
- Ele não conseguiria entender...
- Eu também não entendo
- Acontece que a gente tem um coração. E ele é a única garantia que podemos ter de que a vida continua passando e pulsando. Por isso a gente sente quando ele bate forte... por isso quando a gente coloca a mão no peito, consegue sentir ele batendo. São sinais de vida dentro da gente... ele bate pra gente não esquecer.
- E quando as pessoas partem ele, me explica como ele ainda consegue bater!
- Ele continua batendo pra nos mostrar que mesmo em pedaços, a vida ainda existe. Mesmo entre dores e mágoas, a vida e o tempo não param.
- Continua frio?
- Sim. Preciso de algo quente pra me animar...
- Serve chá?
- Prefiro outro coração... pra ficar bem junto do meu, e me ensinar essa coisa de gostar outra vez. Porque hoje eu não sei mais...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lembra...

"(...) solução é a solidão de nós.
Deixe eu me livrar das minhas marcas;
Deixe eu me lembrar de criar asas.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que nesse verão eu faço sol.
Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu melhor.
A conta da saudade
Quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada;
Já que estamos fincados em dor.
Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar."

'Reticências', O Teatro Mágico 

domingo, 9 de maio de 2010

"Só enquanto eu respirar"

Guardo em mim os detalhes mais bonitos, das coisas mais simples, que delicadamente me fazem sorrir.
Tenho no coração, uma coleção de pequenas felicidades...
E são elas que me mantém... firme, forte, às vezes com lágrimas, mas sempre tentando sorrir.
Viver é difícil, eu sei.
Mas de vez enquando é bonito... e nos deixa belas cores, em formato de recordação.

Sábado, dia 08 de maio, foi bonito viver...
Quisera eu que todos os sábados tivessem fotografias, amigos, música, circo, alegria e sorrisos...
Quisera eu ser feliz assim... sempre.


Rober (artista circense do Teatro Mágico) e eu! =)

ps.: essa foi só uma das minhas fotos felizes de sábado.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A alguém especial...

Pai, de repente me deu uma saudade!
Uma falta sem tamanho, um medo de continuar sem você...
Viver tá até bonito pai! Pena é só o calor de 31 graus em plena tarde de outono. E ontem, as lojas estavam liquidando o verão. Parece que o outono chegou só pra elas... parece que levaram ele de mim. Até tentei respirá-lo no caminho pro trabalho... mas me faltou o ar.
Sabe pai, aqui embaixo o tempo tem passado rápido demais.Às vezes meus dias precisariam ter 48 horas só pra eu conseguir fazer tudo! Sem precisar tomar xícaras de café bem forte, só pra segurar os olhos abertos até as 4 da manhã.
Ando com dificuldade pra dormir...
E hoje acordei tão cedo! E percebi o quanto é bom fazer isso: o céu das manhãs é tão bonito!
Queria te apresentar meus amigos pai, te fazer ouvir minhas músicas, te mostrar meus desenhos e ler pra você o quanto tenho tentado escrever bem.
Hoje eu me lembrei o senhor me dizendo pra me cuidar e não confiar muito nas pessoas pois elas poderiam sempre me magoar e machucar...
Me perdoa pai? Eu andei confiando demais... mesmo sabendo da dor, eu deixei que as pessoas me magoassem. E às vezes me dá uma vontade de chorar! Mas aí eu respiro fundo, engulo o choro, ergo a cabeça e vou embora, pra frente, sempre com um dos pés refém do que passou.
Eu tô gostando bastante da faculdade, do curso e de fotografia. Estou registrando tudo! as cores tem feito parte demais da minha vida.
E a mãe tá bem pai! Dizem que ela parou de chorar...
Irmã também tá feliz... a gente se falou ontem por telefone.

Pai... você faz uma falta imensa aqui.
Pricipalmente quando eu preciso de um abraço ou de uma mão pra atravessar a rua ou de um coração pra guiar o meu.
Mas eu vou conseguir continuar, afinal, já são dez anos, três meses e vinte e um dias caminhando sem você né.

Se cuida onde estiver pai.
Sei que o céu deve ser mais bonito ainda daí de cima.
E se alguma vez eu esqueci de dizer, é porque eu era muito pequena quando o tempo te levou de mim, mas saiba que eu te amei tanto!
E amo, hoje, muito mais... mais até do que eu pensei que um dia pudesse existir amor...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

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"Ela gostava de estar com ele.
Ele gostava de estar com ela.
Isso era tudo."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Daqueles dias ruins...

Às vezes a gente acorda e dá tudo errado.
Dá logo uma vontade de fechar o olho de novo, e só voltar a acordar quando já tiver passado.
Hoje foi assim... correría, nervoso, paciência faltando, riso preso,coração tão apertado que nem deu vontade de chorar...
Aí agora a pouco, já no seu finzinho, a noite me surpreendeu numa esquina, na saída da faculdade.
Eu não precisei de nada muito grandioso nem de valor material...
Eu descobri no reflexo de uma bolinha de contato, na ponta de uma clave, no girar de malabares, no calor do fogo no ar, no som de um pandeiro e de um instrumento que não me recordo o nome, a simplicidade de sorrir.
Eu redescobri a vontade que tava aqui, presa dentro do meu coração, de ver a vida com encanto e leveza.
Sabe Deus, se o Senhor existe mesmo, sei que esse presente foi Teu. Só pra me mostrar o quanto vale, só pra me encorajar a seguir pelo meu coração...




"Libertarte", na esquina da rua da Bahia com Gonçalves Dias em Belo Horizonte, MG.
Foto: Débora Gomes

sábado, 1 de maio de 2010

Achados...

"Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo. No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir. Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali, ser outro. As pessoas não ligam pr‘essas pequenezas, sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui. O fato é que fico olhando pra trás pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais. Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê. Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo. Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo. Hoje, parei e sentei bem aqui na beira desse rio que me atravessa. Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá. Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança. Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos."


Briza Mulatinho

... achei em http://nemnuanemcrua.wordpress.com/ e gostei tanto que resolvi trazer pra cá! =)