segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vento...

- Hoje devo chegar tarde em casa.
- Vai pra onde, posso saber?
- Pode sim! Ainda não sei pra onde vou...
- Como assim, não sabe?
- É, não sei. Sei só que quero andar um pouco e pensar na vida. Estou me sentindo muito presa aqui.
- Presa como?
- Ah, presa! Não sei como explicar. As coisas incomodam, as pessoas me cansam, as horas não passam. Acho que estou ficando velha...
- Não acho que você está ficando velha, mas que está aprendendo a crescer...
- Eu não sabia que crescer doía.
- Crescer não dói. O que dói é perceber que tudo aquilo que se tinha antes de crescer, some que nem fumaça!
- E é aí que fico sem saber pra onde devo ir...
- A gente não deve ir pra lugar algum. Deixe que o vento leve você!
- E se ele errar o caminho?
- Erga a cabeça, vá em frente, construa de novo, mude sempre que precisar mudar... sem muito medo, sem se importar...
- Acho que quero ser criança de novo. Criança é assim, vive sem se preocupar...
- Mas está aí uma coisa que o vento não consegue fazer...
- O quê?
- O vento não consegue fazer o tempo voltar. Por isso você tem de aprender a viver! Sem perder sua doçura e delicadeza, sem se perder do seu coração...
- Entendi. Vou dar uma volta, quer vir?
- Não, está muito quente lá fora e vai dar até choque com o frio aqui de dentro.
- Mas aqui também está quente! Não entendi...
- Vai ser bom você ir lá fora, ver as pssoas vivendo suas vidas. 
- Ainda não entendi de onde vem o frio...
- O frio está dentro. Dentro da minha parte de você...

Um comentário:

Danielle disse...

Tô tintindo isso também... tô tintindo pequeninha diante d td... já um pouco esmagada demais e cansada tb.... adorooo seus textos, me encontro realmente...