segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Escolhas nem sempre são escolhas...



Tudo começou a partir de uma escolha que não fiz... ou fizeram ela pra mim, ou foi o tempo, ou foi mesmo o coração que decidiu baseado em tudo que por sorte ou falta dela, aconteceu nos últimos dias.
Sim... somos mesmo os únicos responsáveis pelas escolhas que fazemos, mas não sei até que ponto somos nós que escolhemos...
Acho que chega um ponto em que a dúvida é tão grande, que o tempo acaba resolvendo tudo, mostrando através dos dias, que as escolhas já estão prontas... já estavam prontas, bem antes do que a gente imaginava...
Hoje vejo escolhas com outros olhos e não acho que elas se aplicam a tudo...
Escolhemos o que comer de manhã, o que almoçar, com que roupa sair, mas não escolhemos os amigos: eles se juntam a nós por afinidades e não por escolhas...
As vezes damos a sorte de poder escolher em que trabalhar, que curso fazer, que dia sair, o que beber, mas não escolhemos quem amar: amamos e isso é só! E não tem explicação...
Se pudesse escolher não trocaria de amigos, mas talvez trocaria de amor...
Colocaria no lugar desse amor que sinto, alguém que realmente o merecesse e cuidasse dele, pra que não doesse tanto quanto dói as vezes...
Mas não posso escolher... já foi escolhido assim, desde o primeiro dia em que conheci. E não consigo desescolher...
não por falta de querencia ou vontadde... simplesmente não consigo!
Porque por mais que seja complicado (e eu sei que é), é esse alguém que me faz entender que já estava escolhido... que nossas igualdades somadas a algumas diferenças, é que fazem metade das coisas terem o sentido que tem.
Não sei se ele gosta de mim, nem muito menos se vale a pena esse gostar, nem sei se ele merece tanto, mas sei que na sua doce simplicidade e vontade de me ver feliz, ele faz por merecer sim. Talvez ele seja só mais um engano e a prova de que cometerei enganos e erros sempre, até aprender a olhar pro lado na hora certa. 
Mas por enquanto e mesmo com o coração apertado, quero continuar a errar... e como ele sempre diz: "dará tudo certo da melhor forma"
e se o Deus do tempo nos permitir...
Sim... lá vem de novo o tempo e a minha conclusão de que escolhas nem sempre são escolhas...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pequenos prazeres

... frio na barriga, suor, medo!
Assim se constrói alegria, assim realizamos sonhos...
Ninguém nunca disse que seria fácil e acho até que ninguém nunca vai dizer, porque fácil não é e creio que nunca será...
Mas não há nada mais bonito que a felicidade verdadeira do "deu tudo certo"...
Os abraços, os sorrisos, as pessoas que escolhemos para estar ao nosso lado por toda a vida... perceber que fizemos a escolha certa.
Hoje parece que um alívio expulsou milhares de alegrias tristes que moravam dentro de mim. Não expulsou todas, mas preencheu alguns espaços que faltavam e encheu a vida de mais certeza e cor...
Pequenos prazeres, pequenos momentos, grandes alegrias.
Sem saber como me explicar... mas eu precisava escrever algo feliz... =)


  (a melhor equipe, os melhores jornalistas, os melhores amigos: Ana, Jota, João, Iara e eu! no meio...)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sem cor...

...para ouvir durante a leitura...



- Eu sei que não deveria agir assim, mas as vezes parece que todos os instantes estão errados e todas as palavras ao contrário. Aí termino fazendo tudo por impulso! Incontrolável de parar tudo antes de terminar...
- E por que você está dizendo isso?
- Não sei... pode ser a chuva, o vento frio, a música ou a falta que ele me faz.
- Ele ainda faz falta?
- Sim. Acho que descobri porque gosto tanto dele e isso me dá medo.
- Por que medo?
- Porque sentimentos tão grandes não foram feitos pra ser compreendidos, mas sentidos. Tenho medo que eles estejam me preparando para quando resolverem fugir de mim. Não sei se suportaria viver sem todos eles...
- Eles, os sentimentos?
- Sim.
- Penso que eles não vão fugir, não agora. Ele gosta de você também, ele não disse isso?
- Sim, ele disse. Mas as vezes a gente se perde tanto e eu acredito tanto nele que sinto medo dele me enganar e não quero que ele me engane... se isso acontecer vou parar de acreditar em tudo, eu sei!
-  Não pensava que esse gostar fosse tanto assim.
- Sim. Gosto da alegria que ele tem e do jeito doce de dizer as coisas, gosto porque ele sempre sabe o que dizer, sempre sabe o que fazer pra me deixar bem quando não estou. Gosto porque a simplicidade parece morar nele! E ele exala essa simplicidade junto com paz e ternura e amor.  Gosto porque ele me dá segurança. Gosto porque nele os sonhos parecem tão fáceis de ser realizados! Gosto porque ele sempre esteve presente nos momentos mais cruéis e também nos mais bonitos. Gosto porque ele me trazia rosas que eu colecionei. Gosto, porque depois dele minha vida ganhou planos e metas que nunca existiram antes. Gosto porque até hoje não encontrei ninguém comparável a ele, porque tenho certeza que este alguém não existe.
- Ei! Não chore!
- Me desculpe, mas não posso!
- Com todas estas coisas bonitas que ele é pra você, chorar é a última coisa que devias fazer.
- Mas não dá... sinto medo!
- Medo? De quê?
- De que ele vá embora e não volte nunca mais. De que ele fuja com os sentimentos que dei pra ele de presente. Medo de não resistir se isso acontecer. Medo de perder o que de fato não tenho, mas que meu coração guarda a sete chaves, como se fosse realmente dele. Medo porque consegui explicar os sentimentos. Talvez possa ser um sinal...
- Como sempre, não sei o que te dizer...
- Não precisa dizer nada. Um dia deve passar. Aí eu vou olhar pra trás e poder dizer com alegria que o amor me visitou um dia.
- É o fim?
- Não sei. Acho que ele ainda vai aparecer com alguma novidade pra me contar. Alguma coisa mudou, só ainda não sei o quê...
- Pelo que sei, acho que vocês foram escolhidos um pro outro. E acho até que ele também sabe, apenas tem medo de ver. Eu acredito no tempo... e até lá muito desencontro vai acontecer...
- Vou ali...
- Ali onde?
- Num canto qualquer... preciso chorar e fazer a música parar de tocar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vou sentir saudade...

... um dia conheci um moço que tocava teclado na Feira de Física da escola.
Aí esse moço entrou pra minha vida e nunca mais saiu de lá...
se tornou meu ouvido nas tardes de domingo no banco da praça... 
meu companheiro pras coisas simples, leves e tão especiais pra mim...
Conseguia ver paz nos olhos dele e a música saltitava, ia junto, misturada a assovios afinados e notas graves de um violoncelo que sempre lhe caiu tão bem.

se tornou meu melhor amigo.
E abriu as portas de sua casa e abriu as portas de sua vida pra que eu pudesse entrar, sempre que precisasse, sempre que quisesse... e eu entrei e não saí mais de lá.

e ele me deu de presente uma mãe, um pai, um irmão... 
se tornou meu irmão... e o amor que sinto por ele é mais um desses sem explicação.
Aí ele viaja dia 25, depois de amanhã... vai ver o mundo a pé, vai realizar o sonho que teve sempre, desde que o conheci.
Aí eu nem me despedi dele... porque sei que ia chorar.
E vou sentir tanta falta!
Mesmo que a correria não estivesse deixando a gente se encontrar, eu sempre soube que era só chamar e ele iria vir correndo, sem julgar ou estranhar meus medos e minhas indecisões que ele conhece e entende tanto.
Sim... vou sentir sua falta irmãozinho... falta do violoncelo, dos sorrisos, dos momentos de silêncio, dos momentos de falação em grande dose ao ponto de cair de tanta empolgação...

e o tempo sempre levando as pessoas que amo...


Delba diz:
gosto mto d vc
e inteh!
Guilherme diz:
Te amo, moça!
Beijão!

e assim, cairam algumas lágrimazinhas... não gosto de despedidas.

Porque eu gostei...

Em meio a pés que vão e vêm, cores e cordas de violino, o sapateiro de um pequeno vilarejo procura o par perfeito, em uma fábula de amor e sapatos.

"Ímpar Par"
Ficção | De Esmir Filho | 2005 | 17 min
Com Imara Reis, José Rubens Chachá, Alvise Camozzi, Adriana Seiffert, Sarah Oliveira


Estréia...

"A Falta que me Faz"

- Personagens: Alessandra Ribeiro, Priscila Rodrigues Ribeiro, Shirlene Rodrigues Ribeiro e Valdênia Ribeiro
- Direção: Marília Rocha
- Diretora Assistente: Clarissa Campolina
- Produção: Luana Melgaço e Helvécio Marins Jr.
- Fotografia: Alexandre Baxter e Ivo Lopes Araújo
- Montagem: Francisco Moreira e Marília Rocha
- Som: O Grivo
- Produtora: Teia





Durante um inverno, rodeadas pela Cordilheira do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da adolescência.
Um romantismo impossível as enlaça com homens de fora, deixando marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. Entre festas, amizades, angústias e contradições da passagem para a idade adulta, cada uma encontra sua maneira particular de resistir à mudança e existir na contingência.



Estréia hoje, dia 23, no 42º Festival de Cinema de Brasília!

domingo, 22 de novembro de 2009

Feito pra mim...

... esse texto não é meu.
É do blog Felicidade Clandestina. Mas assim que li, percebi que inconscientemente, foi escrito pra mim e é por isso que ele está aqui...
Um presente?! Sim! E talvez o sinal pros meus dias confusos...
E quem me conhece, vai entender porque gostei tanto assim deste texto...
e vai me dar razão e talvez até se espante também...
como uma pessoa pode escrever tanto da gente sem sequer nos conhecer?
Dúvida...e felicidade ao mesmo tempo. Senti até um frio na barriga quando terminei de ler... =)
obrigada moça Giovanna que escreveu este texto...


La Veine entre nous deux

Para te relembrar meu amor.
Faça e apareça
senão te invento por toda eternidade...


Ela era pequena. Ele tinha braços compridos.
Ele era abstração. Ela lia Nietzsche.
Ela tinha cabelos longos. Ele, mãos firmes.
Ela era frágil. Ele, cauteloso.
Ela era impulsiva. Ele, o impulso.
Ela parava no tempo. Ele era contemplativo.
Ela gostava da grama. Ele sentava-se ali.
Ela dizia o "não" e o porquê. Ele dizia: por que não?
Ela queria vencer a correnteza. Ele a puxava pelo braço.
Ela queria ver o mar. Ele a levou ao outro lado dele.
Ela via a poesia no muro sujo. Ele fazia a poesia dela.
Ela se perguntava sobre a morte. Ele lhe soprava o vento quente de dias de verão.
Ela quis verdade. Ele a beijou com olhos abertos.
Ela tentou um golpe. Ele segurou sua cintura..
Ela era melancolia. Ele era bossa nova.
Ela fez uma pergunta. Ele lhe escreveu seu nome no céu.
Ela procurou as palavras certas. Ele a tocou da maneira certa.
Ela pensava em trabalho. Ele imaginava uma casa no campo.
Ela explicou horas a fio. Ele cantou só uma canção.
Ela era o piano desafinado. Ele era o Tom.
Ela era feita de ar.
Ele também.
Ela era e queria pouco.
Ele era e queria pouco.
Mas eles tinham, um ao outro.
E com isso, tinham muito.
Ela era feita de fogo.
Ele também.
Havia amor. Há amor.
E isso basta a eles...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tristeza é a palavra...

... não sei o que dizer a ela quando dói.
Mas sei o quanto dói... sinto essas dores de vez enquando.
As vezes penso até que as dores dela são mais doídas que as minhas, mas aí compreendo que dói do mesmo jeito!
Só que os motivos se dividem em metade igual e metade diferente...
Aí hoje acordei feliz e ela triste...
Não sinto culpa por estar feliz, mas sinto tristeza por vê-la triste...
e penso que minha alegria pode acabar a qualquer momento e por isso sorri tanto ontem: para aproveitá-la!
E sei que essas coisas de alegria e tristeza não deveriam depender de ninguém e sim de nós mesmos...
cabe a nós a responsabilidade da própria alegria e da única tristeza...
mas existem pessoas que parecem surgir para levar tudo da gente!
até nossa capacidade de sentir...
levam tudo pra elas, nos deixando só incertezas e esperas...
e as vezes elas nem sabem que levam tanto!
e nem muito menos imaginam, que fazem tanta falta...
nem pensam que tem em mãos nossas alegrias e tristezas, nossos sorrisos e lágrimas, nossas dores e nossos desejos...
Sei que é errado dar tanta responsabilidade assim a pessoas.
Mas não acontece por querer... quando a gente vê, já foi!
E acho até que isso é normal... ou ao menos comum.
Sei que o amor dela é grande e redescobri ontem que mesmo sendo estranho, o meu também é.
Amores grandes e verdadeiros... e só isso devia valer?
Bem que podia... só ter amor grande pra trazer quem se ama pra bem perto...
Mas a vida é feita de dores também.
Dores que doem tanto! Até a gente dizer que não pode mais suportar...
e perceber, enfim que pode suportar sim... quantas dores mais quiserem vir...
porque no fundo, melhor amar e deixar doer, do que não amar e deixar o coração virar pedra de gelo...
Precisa doer para chorar, precisa chorar para sentir alívio, precisa aliviar para sorrir depois...
Continuo sem saber o que dizer a ela quando dói.
A única coisa que resta é tempo!
E ele sabe o que fazer... sim. Ele sabe.


[escrito para uma grande amiga...
que dividiu comigo a minha alegria de ontem...
e que acordou triste hoje, me deixando sem saber o que dizer ou fazer...
então, resolvi escrever... e aproveitar para agradecer a ela por tudo!
por confiar e fazer dos meus dias mais leves...
Terapia de Grupo!!!]

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ela


... porque ela era assim.
cheia de sonhos impossíveis...
E sentia as vezes vontade de sumir!
Mas na maior parte do tempo, queria sempre ficar... não se sabe onde nem porque, mas as vezes ela pensava em ficar...
Dizem que ela nasceu pra ser do mundo...
Mas ela ainda sonha com a casa lilás, as flores no jardim, a rede na varanda, as crianças no  quintal, o sofá vermelho, os quadros na parede, o violino nas tardes de domingo, a lua iluminando as noites, alguém do lado pra dividir as coisas simples...
Mas não qualquer alguém... 
O alguém dela é diferente...
precisa confiar nas cores que ela escolher e gostar do sol das manhãs de inverno...
precisa ter doçura nas palavras, alegria nos sorrisos, verdade nos olhos a todo tempo...
precisa gostar de flores, pra lhe trazer uma todos os dias até a primavera chegar e o jardim florescer...
precisa acreditar nela e ver beleza nas coisas simples, assim como ela aprendeu a ver.
Ela não quer alguém de sonhos grandes nem alguém que se perca no tempo...
quer alguém que sonhe o impossível, assim como ela e que acredite tanto! Ao ponto de ajudar a construir...
ela hoje acordou pensando.
Pensou e pensou tanto, que as vezes parecia que ia chorar, com tanta dor que estava sentindo.
Dor... no peito, na cabeça, no coração.
De onde vinha a dor?
Ah... isso não soube dizer...
ou vai ver até sabia, mas achou melhor esconder.
Esconder do mundo e só...
Tem coisas na vida, que é melhor esquecer...

domingo, 15 de novembro de 2009

Elas? Duas...


[porque só quem entende sabe o que tudo quer dizer...
e ela entende tão bem, que juntas resolvemos escrever...]


e elas nem se conheciam...
mas meio que se entendiam.
...de um lado um cotovelo doía.
do outro, era o coração que sofria.
uma vivia um amor que morria.
outra, vivia um amor desses que a ilusão cria.
"uma pena, se me permite dizer...
vc tem tanto amor"
e assim as duas viviam de tempo.
porque quando o amanhã chega, ele já é hoje!
aí parece que amanhã nunca mais vai chegar.
e do outro lado eles nem entendem!
e será que se preocupam?
Às vezes me pergunto se pensam. Seria demais esperar um pouco de cor quando o Cinza predomina em suas paletas de cor? O amarelo do sol e o colorido das flores parecem muito distantes para aquEles que na selva de pedra insistem em morar.


Antes fossem só cores!! Ainda há este tempo que insiste em não passar. O passado vai longe, o presente de hoje está passando e o futuro, segundo previsões, não vai chegar.  Estranho, mas mesmo assim tem menina que insiste em esperar.


Difícil não conseguir responder o que dói mais: A morte de um amor bonito ou o desaparecimento da ilusão de bonito amor.  Pensando mal, já que pensando bem não estou, pois quem realmente bem pensa não sofre de amor, creio que tanto faz. Em ambos os Dois casos, redundâncias à parte, seja pelo meio que for, uma Bonita e triste verdade se faz valer no momento em que, apesar da distância, Duas meninas Bonitas sorriem tristes e pensam “Uma pena...você tem tanto amor”. 


Talvez sejam só desencontros... ou quem sabe seja Tristeza mesmo.
Ou tempo... tempo, tempo, tempo...






sábado, 14 de novembro de 2009

Presente





Me lembro do Tom sempre que ouço essa música.
Tanto com Cartola e agora também com Marisa...

Acho que Tom deve gostar dela e  eu nem devo saber...
ou saiba, sem querer...
...então, dedico a ele... a música e a alegria do dia de hoje.
pra que ele sorria também como sorri, mesmo que eu não possa ver...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

...


- De repente não tinha mais nada.
- E isso é bom ou ruim?
- Não sei... mas queria descobrir.
- Quer falar sobre o que está sentindo?
- Não, não precisa... 
- Tem certeza?
- Ah... sinto um vazio e só. Mas pode ser fome. Hoje ainda não comi.
- E por que não comeu?
- Não sei. Sei que não consegui, tô sem fome, talvez.
- Tenho notado você meio triste...
- Não... as coisas estão só meio sem sal... nem sal nem açúcar... meios termos.
- E você que sempre dizia não gostar de meios termos...
- É... mas descobri que eles são necessários. É preciso manter um equilibrio!
- Você e suas teorias... e o vazio? Preenchendo?
- Não sei... parece que não. Tá tão estranho!
- Me lembrei do balão...
- O que tem o balão?
- Aquele, que crescia dentro de você.
- Ah sim! Murchou... até as flores, tão cheias de beleza murcham um dia. O balão também tinha que murchar...
- É uma pena. 
- O quê?
- Ver você triste.
- Não sinta pena... 
- O que queres que eu sinta então, além de pena e também tristeza em ver você triste?
- Faça como eu... não sinta! Apenas deixe esvaziar


quinta-feira, 12 de novembro de 2009


 
 
"... Astronauta diz pra mim cadê você?
Bailarina não consegue mais viver..."
Tiê

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Nuvem...

... ontem foi um dia difícil.
A moça sempre acostumada a sorrir, não segurou e chorou.
Talvez por ter percebido que é gente como todo mundo, com suas fraquezas, indecisões e verdades.
Talvez por ter percebido que é diferente de todo mundo... com seus medos bobos, seus pressentimentos fortes, sua vontade de abraçar o mundo.
Sim... se ela pudesse tinha abraçado o mundo ontem... mas é pequena demais pra isso, então abraça o que pode e diz o que acha certo, mesmo sendo tomada pelo medo de errar.
Aí tinha nuvem no céu... choveu, como tem chovido todos os dias.

E ela nunca mais vai se esquecer das coisas que disse, nem muito menos das que ouviu.
Se pudesse sumir tinha sumido. Mas preferiu ficar e encarar. Já fugiu demais, de muita coisa, pra evitar a dor...

Pede desculpa se magoou alguém mas continua achando que é melhor magoar que mentir.
Porque mentira também magoa... só que magoa mais.
e ela não sabe o que sentir, nem sabe mais o que fazer...
carrega um coração triste e a vontade de torná-lo egoísta, frio, pequeno... 
pra não caber mais nada, nenhuma gota sequer.
Mas como dizem, deve passar... e pena ou não, ela não consegue ser essa pessoa ruim.
Só que as vezes, o peso do ano vem todo em uma semana só.
E novembro fica parecendo outubro: cheio de revelações e incertezas.

E não há de ser nada...
A chuva continua chovendo, o vento continua soprando, algumas pessoas continuam vivendo e outras continuam morrendo, os dias continuam nascendo, o tempo continua passando...

Ela continua respirando, continua enxergando cores, continua sentindo frio, calor, dor de cabeça, saudade, água, molhado, tristeza, alegria, amor...
Tanto sofrimento pra quê ela não sabe... vai ver é porque doer sempre dói e administrar a dor as vezes é complicado...
As vezes ela se acha pequena demais pra esse mundo tão grande...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Menina [5]

... o último capítulo.




Amanheceu e não faltava nada. Estava tudo bem, enfim.
O amor saiu pela janela, e como ele mesmo ensinou que podia: se transformou.
Mas não o amor dele... e sim o dela.
Não sabe dizer o que aconteceu... talvez tenha compreendido que se quisesse vê-la, já tinha vindo... se gostasse tanto, já nem tinha se esquecido.
E assim ela percebeu que era igual a ele, sempre foi. Mas chegara a hora de saltar...
E saltou com cautela, depois de muito pensar.
Vai guardar ele pra sempre no coração...
O 'rapaz do quadro' que sempre será o moço que ela nunca soube dizer se é bonito ou feio, mas sim que tem um grande coração...
o moço que esteve ao lado dela nos momentos mais aflitos, mais doídos, mais solitários, sempre dizendo pra ela sorrir, pois tudo ia passar...
o moço que as vezes preocupado, vinha perguntar se estava tudo bem... dizendo que ela precisava descansar.
o moço que de tão diferente dos outros, não se assustou ao saber do violino e a ouviu chorar desesperada, na solidão do seu primeiro dia de casa nova.
o moço que quis um quadro e fez ela voltar a pintar...
o moço que lhe dava rosas, inventava planos, sonhava sonhos tão irreais (mas nele tudo se tornava possível), e que fez com que ela voltasse a sonhar...
o moço que é tão parecido com ela, que até nas diferenças conseguem se encontrar.
mas o mesmo moço que fazia ela sorrir e o coração dela disparar, já não faz isso mais.
talvez esteja tudo calejado, doído, pensado, repensado.
Sim! Ele foi uma das pessoas mais importantes da vida dela... ele é essa pessoa: a doçura, a simplicidade, a alegria, o sorriso dos dias tristes, o gostar sem limites, a ilusão mais bonita.
Mas tudo passa... tudo se transforma. E hoje é o amor dela que se transformou...
Em Amor bonito... desses delicados que se contentam com a alegria do outro.
Nada mais de amor egoísta... que prende, se prende, arruína.
E é justamente por ter encontrado esse amor, que ela decidiu viver...
Não quer perder mais nenhum dia de alegria como se só ele pudesse trazê-la.
Sim. Ela ainda sente. Mas resolveu que não pode mais esperá-lo e nem deve!
Seu coração fez enxergar tanta coisa! E não está sofrendo... mas agora, e só agora depois de um dia todo, está doendo.
Dói porque sabe que tomou a decisão certa... dói porque sabe que nada mais será como antes.
E só não dói mais, porque ela escolheu assim. E porque ele também escolheu... sem saber, ele escolheu...
E algo diz que não vão voltar atrás...
Então, é assim: é esse o fim...
Ela vai ali... talvez um dia ela aprenda a voltar.



domingo, 8 de novembro de 2009

Nosso domingo...




... essas coisas de amizade a gente não explica.
De repente, a gente percebe que uma vida só não basta: a gente passa a viver a do outro.
E chora junto, sofre junto, ri, dá gargalhadas, compartilha, entende, quer estar perto sempre, ouve, fala, divide os apuros, cuida com zelo, carinho e proteção, pra não magoar, pra não ferir, pra preservar, pra durar.
Agradeço sempre pelos amigos que tenho.
E hoje em especial, agradeço por ter essas moças ao meu lado.
O dia teve graça e cor, por culpa delas...

...e o domingo quase terminou com um coelho... kkkkkkk

[na foto: Clara, Débora, Ana Sandim, Nati, Iara]

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O susto...


[ou o dia em que ele reapareceu]



"- E se eu te desse a mão?
 - Seguraria nela com toda força. E te levaria comigo pra onde fôr..."



... se tinha sol ela não sabia. Nem viu essa manhã passar.
Sim, ele apareceu.
E todo o tempo do mundo parecia não bastar...
ela e tanta coisa pra dizer!
ele... e tão pouco tempo pra responder.
Foi bom conversar..
saber das coisas dele, contar as coisas dela, planejar um trabalho, e talvez um encontro, sentir ele perto longe outra vez, saber que ele quer vê-la e que ele ainda acredita na transformação do amor.

Aí ela resolveu abrir a janela... e viu a vida passando lá fora, enquanto ela vivia a vida de dentro.
Respirou fundo.
Resolveu assumir pra si mesma que gostar não é se prender... resolveu libertar.
Isso não quer dizer que vai esquecer...
Mas talvez diga que quer viver.
Ir ali, ver o que há...
por enquanto há um pouco de confusão e uma marca em cada esquina.
Agora ela já vê o sol... e o céu azul de doer.
Ela entendeu... ele veio pra devolver as coisas que levou.


... uma música ...





quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Balões...



... e então ela disse que ontem a tarde, parecia ter um balão por dentro.
que ia crescendo aos pouquinhos, a cada vez que ela respirava.
Aí ela ficou sem saber...
Se continuava respirando e deixava o balão encher, ou se parava de respirar e começava a morrer.
E uma coisa ela sabia: não queria morrer, não ontem que teve um dia médio...
mas também não queria continuar sentindo aquela coisa incomoda crescer.
Crescer... sua mãe sempre dissera que isso seria difícil.
Vai ver era por isso que queria que ela ficasse lá, perto de tudo que é seguro.
Aqui ela sente insegurança o tempo todo. E as vezes dá nela uma vontadezinha de voltar pra trás. Mas voltar pra trás e abandonar tudo que já conquistou? Aí essa não seria ela... essa não seria a força que ela aprendeu.

E ontem ela falou com vó, com mãe com tias e tio-pai no telefone. E só não chorou porque aquele foi o único momento em que se sentiu protegida e amada outra vez. Ficou feliz... Mas o balão ainda crescia. E ela pensando um jeito de estourar, esvaziar, fazer ele murchar... mas não conseguiu.
Dormiu. Dormiu um sono arrastado, pouco, insuficiente pra tanta coisa que carregava nas costas. Custou a dormir. E quando acordou parecia ter dormido muito! E quando levantou, parecia ter dormido nada.
E o balão continuava lá por dentro... meio murchinho, mas ainda crescendo.
E ela prometeu que nessa manhã (essa mesmo do dia 05), iria rever tudo que está por dentro e tudo que está por fora.
... pra tentar entender...
Mas quanto mais o balão cresce, mais dor ela sente. Mais dor e mais solidão. Mais solidão e mais aflição. Mais aflição e mais nervoso. Mais nervoso e mais insegurança...

Queria mesmo estar em qualquer lugar, menos aqui... aqui o balão cresce rápido!
Aqui, ela acha que as pessoas enchem o balão, com suas desconfianças e falsidades.
Não que todo mundo seja igual. A questão é que talvez ela seja bem diferente do resto.
Tão diferente, que nem sabe decidir entre seus sentimentos e poréns.
Tão diferente que tem até um balão por dentro...
Alguém já ouviu falar de balões por dentro?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aí ele respodeu...

... respondeu antes mesmo que ela começasse a lhe escrever a carta.
Tudo bem... não foi lá a resposta que ela esperava.
Mas pelo menos ela agora sabe que está tudo bem.
Talvez tenha sido um sinal?
Sim... quem sabe.
Mas pelo menos ela agora sabe que ele está vivo...
e não só por dentro, mas também do lado de  fora. 
Fora dela... 


(ou... um susto)
(ou... a continuação do texto abaixo. rs)


Aí ela disse assim:


...se você não responder, talvez te escreva uma carta.
sei que não irás respondê-la também
mas pelo menos não terás a desculpa de que não viu, ou não recebeu...
a não ser que nesse tempo todo você tenha até mudado  de endereço
ai você vai ter uma desculpa
como todas as outras vezes.
e lá vamos nós de volta ao inicio...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Menina [4]

- Pra onde é que eu corro agora?
- Não sei. Já pensou em parar de correr?
- Já. Já pensei sim. Mas me disseram uma vez que a gente nunca pára de correr. Só diminui o ritmo. Então parei de pensar...

- É. Então você precisa correr...
- Sim, preciso. Mas não sei pra onde.
- Onde ele está?
- Ele quem?
- Ele, pra quem você sempre correu quando precisava fugir.
- Não sei. Tem tanto tempo que não o tenho mais, nem em notícias, nem em sinais.

- O que aconteceu?
- Te confesso que gostaria muito de saber... se fiz alguma coisa, se magoei sem querer ou se ele se esqueceu...
- Sinto muito.
- Não precisa... pois também sinto tanto! E de nada adiantou...
- Já pensou em esperar?
- Espero mesmo quando não quero... espero até quando resolvo não querer. Acho que ele me deve uma resposta...
- Só uma resposta?
- Não... ele me deve tanta coisa! Deve o sorriso que levou, as promessas que fez, a alegria que não deixou, os dias que passaram, as rosas que não entregou, os planos que fiz, a cura pras dores que doem tanto!
- É muita responsabilidade pra ele, não acha?
- Sim. Sei que é. Mas quando ele vem acabo nem cobrando nada. Ele me devolve tudo sem que eu precise pedir. Ele nem sabe que me deve tudo...

- Acho que você deveria contar.
- Sim. Sei que devo. Mas ele sumiu. Queria que o tempo dele fosse igual ao meu.
- Como assim?
- Queria que ele sentisse vontade de fugir também. Mas ele só corre... e não consigo correr atrás dele, não consigo alcançar.
- Já disseram que ele combina com você?
- Sim. Acho que ele foi feito pra mim. Ninguém me entende tanto... mas aí ele some de vez enquando. Isso dói. E aí? Pra onde é que eu corro agora?
- Corra logo! Pra onde ele estiver.
- Ele está longe demais pra que eu corra agora. Mas vou esperar. Que nada perco na espera. E eu sei que ele vai voltar. Ele prometeu não se esquecer...

domingo, 1 de novembro de 2009

Uma resposta?

...uma história que ouvi...


... ele apareceu na vida dela em um desses dias confusos. Foi entrando devagar, meio que sem querer, e quando ela percebeu, já era todo os problemas dela e ela toda os problemas dele. Aí eles se dividiam em alegrias e tristezas, em desabafos e conselhos, em encontros que demoravam pra chegar e que quando chegavam era sempre pouco pra tanta coisa que tinham pra se dizer.
E ele era tanto que o tanto ele a assustava. E não falar com ele entristecia, e pensar tanto nele confundia. E ela preferiu não entender... já que tudo se fez tão claro quando, enfim! um coração resolveu se abrir. Aí ela percebeu que ambos viviam amores baseados em restos. E o resto dela era tanto que não a deixou ver. E o resto dele era tanto que guardou ela numa segunda caixa, como uma salvação pro caso da primeira caixa não mais se abrir. Aí ela entendeu... que os dois iam viver lutando pelos restos até que fosse tanto, ao ponto de interar e reconstruir. Ou vão lutar por eles até se cansar, até perceber que resto a gente varre e joga fora, por mais marcas que deixe no chão.
Aí ele pergunta se ela gosta...
Aí ela lhe responde que sim. Sem saber ainda como, nem quanto, nem até quando vai durar, nem se já se transformou ou se ainda vai se transformar. Pois ela tem um resto por dentro, que grita sempre que lhe falta proteção.
Aí ela pergunta se ele gosta...
Pergunta? Pergunta não... no fundo ela não quer que ele goste. Porque não quer que se perca tudo que já se fez. E ele é uma das únicas pessoas que ela não quer ver sofrer.
Ah! E ele também tem um resto. E o resto dele é maior que o dela, então... ela não vai perguntar. Vai deixar assim, como está...

Sentir

... que a vida é um sopro...